Em uma iniciativa conjunta, a Interfel e a União Europeia se uniram para celebrar a chegada das maçãs francesas com uma campanha iniciada em novembro do ano passado tendo o tema “A Europa nunca é verde demais. Maçãs da França, boas para a terra, boas para você”, e que prossegue até o final de janeiro, com o objetivo de difundir o uso da fruta nos hábitos de consumo dos brasileiros.
Ambas instituições enfatizam seu compromisso em promover através de campanhas sazonais estilos de vida saudáveis e sustentáveis. Elas esperam que, através de iniciativas como essa, mais pessoas reconheçam a importância da maçã e a incorporem em suas dietas diárias. O projeto conjunto visa não apenas promover o consumo da fruta, mas também educar o público sobre seu valor cultural e nutricional.
A França é reconhecida por seus métodos de cultivo sustentável e sua abordagem cuidadosa na produção de alimentos. Muitos pomares franceses seguem práticas de agricultura orgânica e biodinâmica, garantindo não apenas a qualidade superior das maçãs, mas também a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente. “As maçãs francesas, com suas variedades e práticas de cultivo sustentáveis, são um testemunho do compromisso da França com a excelência na agricultura e na gastronomia”, comenta Daniel Sauvatre, presidente da Associação Nacional de Maçãs e Pêras da Europa – ANPP.
As principais variedades francesas que estão disponíveis no mercado brasileiro desde novembro do ano passado são Gala e Granny Smith, acompanhadas de maçã Vermelha, Golden e Juliet, entre outras.
Benefícios
Além de seu sabor, as maçãs são valorizadas na cozinha por sua versatilidade. Elas podem ser usadas em pratos doces e salgados, desde tortas clássicas até acompanhamentos. No cenário culinário da França, essas frutas são a estrela de muitos pratos clássicos, como a Tarte Tatin, uma sobremesa que realça sua doçura textura. Além disso, é um ingrediente chave na fabricação de cidras de alta qualidade, valorizadas mundialmente.
Para além das receitas, elas também têm sido estudadas por suas propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e anticancerígenas. A Harvard T.H. Chan School of Public Health também ressalta a importância de incluí-las em uma dieta saudável, considerando seu perfil nutricional e os potenciais benefícios à saúde por serem ricas em antioxidantes, fibras e vitaminas, e tendo assim, um impacto significativo na saúde digestiva e no fortalecimento do sistema imunológico. A pectina, uma fibra solúvel encontrada nas maçãs, é conhecida por ajudar na redução do colesterol no sangue. Além disso, a quercetina, um flavonoide presente em sua casca, tem sido associada a propriedades anti-inflamatórias e até à melhoria da função cerebral.
Legado milenar
Desde os tempos antigos, esta fruta tem sido um símbolo de conhecimento, imortalidade e sedução. Hoje, é celebrada por sua versatilidade tanto na culinária quanto em aplicações medicinais. A maçã, originária das montanhas da Ásia Central, encontrou seu caminho através dos continentes, desempenhando um papel significativo na história e na cultura de várias civilizações.
Há até mesmo registros de produção substancial de maçãs na antiguidade clássica europeia, e a técnica de enxertia, essencial na produção moderna de maçãs domesticadas, já era conhecida naquela época.
As populações selvagens de macieiras foram isoladas após a última Era do Gelo até que os seres humanos começaram a mover as frutas pela Eurásia, especialmente ao longo da Rota da Seda. Esse comércio facilitou o encontro de diferentes linhagens da espécie, e as abelhas e outros polinizadores fizeram o resto do trabalho. O resultado foi a produção de descendentes híbridos com frutos maiores, um resultado comum da hibridização. Os seres humanos notaram as árvores com frutos maiores e fixaram essa característica por meio de enxertia e plantio de mudas das árvores mais favorecidas.
Sobre a Interfel
Criada em 1976, a Interfel reúne um conjunto de atividades e profissionais dos setores arborícola, frutífero e hortícola. Seu objetivo é promover um consumo mais inteligente de frutas e vegetais franceses no mundo, apoiando-se em sua grande diversidade e sazonalidade. Outra de suas prioridades é desenvolver os mercados para melhor adaptar a oferta de frutas e verduras, bem como facilitar as relações entre profissionais e consumidores no mundo. Esta organização representa 75.000 empresas, que comportam 450.000 empregos diretos, incluindo 336.902 trabalhadores sazonais.