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200 da Independência: debate sobre os ‘Panfletos Incendiários’ da Independência

A efervescência política desencadeada no Brasil pelos reflexos da Revolução Liberal do Porto de 1820 criou movimentação propícia ao fim da censura prévia, decretada em 28 de agosto de 1821 por D. Pedro. A partir disso, a circulação de panfletos e jornais de caráter político se intensificou pelas ruas da Corte, no Rio de Janeiro, e das demais províncias do território brasileiro.

Influenciando o pensamento político e ideológico de muitos à época, essas publicações efêmeras se caracterizavam também pela linguagem adjetiva e mais violenta que utilizavam. Sem haver qualquer diferenciação entre o que era notícia e o que era opinião, os panfletos faziam circular as novas ideias e acaloravam as discussões acerca da independência política, suscitando nas províncias convergências e também muitas divergências com relação às diretrizes vindas da Corte.

Os “panfletos incendiários” dos anos 1820 eram distribuídos, presos a postes e lidos em voz alta nas esquinas e praças. Levavam assim as ideias políticas para a boca do povo, ampliando o alcance e aumentando a temperatura dos debates e discussões políticas da época. Apresentavam estilos variados, entre eles, os que procuravam explicar o vocabulário liberal, com perguntas e respostas, em forma de diálogo, cartas escritas a amigos, dicionários, paródias de orações religiosas, entre outros.

A diversidade de panfletos políticos que circulavam no período em torno da independência refletia os interesses de cada região, destacando, sobretudo, as muitas peculiares do amplo território brasileiro.

A Fundação Biblioteca Nacional convida para um episódio da série “200 da Independência” 

Quinta-feira, 10 de dezembro de 2020 às 17 horas.

“Os ‘Panfletos Incendiários’ da Independência”

Moderadores:
Luiz Ramiro (CPE-FBN) e Rafaella Bettamio (CPE-FBN)

Debatedores:

José Murilo de Carvalho é sociólogo, cientista político e pós-doutor em História da América Latina pela University of London. Foi professor da Universidade Federal de Minas Gerais, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Como professor visitante, atuou em renomadas universidades dos Estados Unidos, Holanda, Inglaterra e França. Foi pesquisador da Casa de Rui Barbosa, do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), pesquisador visitante do Institute for Advanced Study da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. É professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisador emérito do CNPq, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Letras, Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pela Universidade de Coimbra. Sua produção concentra-se na história do Brasil Imperial e da Primeira República, com ênfase nos temas cidadania, republicanismo e história intelectual. Publicou e organizou dezenas de livros – alguns deles traduzidos para o espanhol, francês e inglês –, além de mais de 120 capítulos de livros e artigos em revistas especializadas.

Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves é doutora em História Social pela Universidade de São Paulo com pós-doutorado pela UFRJ. Atualmente, é professora titular de História Moderna da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, lecionando no curso de graduação e no Programa de Pós-Graduação de História Política. Coordena o Grupo de Pesquisa “Ideias, cultura e política na formação da nacionalidade brasileira”, cadastrado no CNPq desde 1996, bem como o “Laboratório Redes de Poder e Relações Culturais”, junto com a Professora Dra. Lucia Maria Paschoal Guimarães. Integra o Projeto Dicionário de História Comparada – Iberconceptos, coordenado por Javier Fernández Sebastián. Recebeu o prêmio Cientista do Nosso Estado/Faperj (2015-2017 e 2018-2020) e Medalha casa Rui Barbosa (2015). Sua produção é voltada para a área de História política, intelectual e cultural do Brasil e Portugal, séculos XVIII e XIX, concentrando especialmente nos seguintes temas: Cultura política, Relações culturais, Independência, Imprensa, Ilustração, Liberalismo, livreiros, Cultura e Poder, Práticas de Poder, Intelectuais e censura.

Marcello Basile é historiador, com mestrado e doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, é professor associado de História do Brasil do Instituto Multidisciplinar e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Leciona nas áreas de História do Brasil Império e da Primeira República, com ênfase nos seguintes temas: Rio de Janeiro, Regência, Primeiro Reinado, Independência, imprensa, sociabilidades, revoltas, manifestações cívicas, política, nação e cidadania. É autor de mais de 50 trabalhos publicados, entre os quais o livro “Ezequiel Corrêa dos Santos: um jacobino na Corte imperial”; e, juntamente com José Murilo de Carvalho e Lúcia Bastos, as obras “Às armas, cidadãos! Panfletos manuscritos da Independência do Brasil (1820-1823)” e “Guerra literária: panfletos da Independência (1820-1823)”.

Fonte: Fundação Biblioteca Nacional

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