Entidade de servidor público pede direito de resposta ao Jornal Nacional
A Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJSP) publicou em suas redes sociais uma Nota, na qual pede que a equipe de jornalismo do Jornal Nacional (Rede Globo) ouça as entidades representativas dos servidores públicos.
Essa manifestação ocorreu após a veiculação de matéria no Jornal Nacional, sobre a reforma administrativa, que é matéria em tramitação na Câmara Federal.
Confira o inteiro teor da Nota:
“Ao Departamento de Jornalismo da Rede Globo de Televisão
Nós, assistentes sociais e psicólogas/os do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, vimos através desta mensagem manifestar o nosso descontentamento em relação à matéria veiculada na noite do último sábado, dia 26 de setembro, no Jornal Nacional.
Na ocasião, o telejornal tratou como privilégio os aumentos obtidos por servidoras/es públicas/os no decorrer deste ano, por conta de promoções e progressões nas carreiras.
Entre os ouvidos pela matéria estão o deputado Tiago Mitraud, presidente da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa, e o economista Gil Castello Branco, defensor de medidas de austeridade. Um dos princípios fundamentais do bom jornalismo é ouvir os dois lados de uma história. Outra regra básica é a busca pela imparcialidade. Ambos foram descumpridos durante a exibição da reportagem.
Estamos inseridas/os em um contexto desafiador. O setor técnico do Judiciário paulista, como tantos outros setores do funcionalismo público, está há anos sem reajuste real. Também lidamos diariamente com a defasagem de profissionais e a sobrecarga de trabalho, reforçando a precarização do serviço e das/os servidoras/es públicas/os. Não bastasse o sucateamento das atividades, fomos atingidos recentemente pela Reforma da Previdência do Estado, com reduções drásticas nos nossos vencimentos, e com um decreto do Governo do Estado que aumenta ainda mais a contribuição previdenciária já majorada pela própria Reforma. Em muitos casos, fomos afetados em quase 50% dos nossos salários.
Ainda assim, segundo dados do Ipea, a produtividade do setor público é, em média, 35% maior que a do setor privado.
Portanto, na contramão do bom jornalismo, dizer que servidoras/es públicas/os são privilegiados é reforçar um estigma repetido por membros do próprio Governo, é utilizar a tática de repetir uma mentira tantas vezes até que ela se torne verdade e, sobretudo, demonstrar desconhecimento da realidade.
Maricler Real – Presidenta da Associação das/os Assistentes Sociais e Psicólogas/os do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”
Mais informações acesse o site da AASPTJSP