Equity crowdfunding deve faturar R$ 200 milhões por ano
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Equity crowdfunding deve faturar R$ 200 milhões por ano

Em alta no Brasil, o setor de franquias registrou um crescimento de 18,7% no terceiro trimestre do ano passado em comparação com o mesmo período de 2021, segundo dados da Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).  

De acordo com o estudo, o faturamento do setor saltou de R$ 47,385 bilhões para R$ 56,256 bilhões. Em relação ao terceiro trimestre de 2019 (pré-pandemia), a receita do franchising também cresceu, superando em 19,2% o montante do período.

Atentas a esse mercado, as startups aproveitam essa momento vivido no setor das franquias e recorrem a novos modelos de negócios para se destacar diante da concorrência, entre eles o equity crowdfunding, onde investidores têm a oportunidade de participar de um financiamento coletivo de uma empresa e, em troca disso, ganham participação societária nela.

Em seu site, a Associação Brasileira de Equity Crowdfunding (CROWDINVEST) destaca que, com o interesse das startups, esse ecossistema ganha espaço no Brasil, uma vez que “já se verificam melhoras nessa oferta ao longo de seis anos de movimentação, sendo que a previsão é de gerar entre R$ 150 e 200 milhões de reais em crowdfunding de investimento por ano, num prazo de cinco anos”.

Uma característica desse modelo é a possibilidade de investir valores menores em comparação com outras modalidades, além de desobrigar o investidor de assumir responsabilidades trabalhistas e jurídicas, por exemplo.

Para o empresário Ross Vasconcelos, criador da RD Dreams Franchising, o método, que é regulado pela Comissão de Valores Imobiliários através da normativa ICVM 88, pode ser uma alternativa para a empresa, que busca capital, e para o investidor, que faz o aporte. “Nesse modelo o franqueador é quem faz a gestão do serviço ou negócio, ou seja, o sócio cotista não precisa se ocupar diretamente com essa etapa do processo”, explica o especialista.

Segundo ele, nesse modelo é possível profissionalizar a gestão. “Quem toca a operação é o franqueador, quem vai estar na ponta para fazer a gestão daquela loja será um executivo do mercado, que entende daquele ramo de atuação. Muitas vezes o problema de uma franquia é o franqueado e quando o negócio é gerenciado por quem conhece o setor, os riscos são menores”, completou.

Plataforma

O aporte dos investidores dentro desse sistema de equity crowdfunding se dá sempre por meio de uma plataforma especializada em captar investimentos para franquias, sendo a mesma responsável por avaliar e decidir se o projeto do franqueado fará parte da sua cartela de negócios ou não. 

A partir do momento que a franquia integra a plataforma, o investidor avalia o projeto que está com captação aberta, faz o seu cadastro e define o valor a ser investido, que, em alguns casos, pode ser de apenas R$ 1 mil. Quando essa etapa de captação é concluída, o usuário recebe o contrato e passa a monitorar o investimento, sendo possível acessar contratos, relatórios e informações do aporte realizado.

CVM

Diante desse mercado e a fim de torná-lo mais seguro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) atualizou o marco regulatório do financiamento coletivo em julho deste ano.

As mudanças incluem expansão dos limites de captação das empresas, ampliação da oferta de produtos das plataformas e reforço na segurança dos investidores, que passaram a ter acesso a teses de investimentos, como o capital de risco e o investimento direto em empresas fora da bolsa de valores.

“Essa medida garante mais segurança para todas as partes envolvidas, tanto o franqueador quando o franqueado, e torna esse modelo de negócio mais acessível também, fomentando a economia e incentivando as startups”, finalizou Vasconcelos.