Quais as principais lições que o pequeno investidor pode aprender com a COVID 19?
Fabio Baroni explica que pessoas com mentalidade de longo prazo podem ampliar sua carteira de ações com foco na aposentadoria
A retração econômica por conta da Covid-19 foi observada em todo o mundo. Nas bolsas de valores estrangeiras as maiores quedas ficaram por conta da bolsa de Milão (FTSE MIB), com queda de 37.31%; a bolsa de Londres (FTSE 100), com queda acima de 30%; a bolsa de Frankfurt (DAX-30), com queda acima de 35%; a bolsa de Paris (CAC 40), com queda acima de 35%; a bolsa do Japão (Nikkei 225), com queda acima de 28%; e a bolsa de Nova York (Nasdaq), com queda acima de 25%.
No Brasil, o principal índice da B3 – Ibovespa – acompanhou de forma muito mais intensa os efeitos da doença, com queda acima de 56% em seu ápice, acionando por 6 vezes o circuit breaker (mecanismo que interrompe as negociações por conta de quedas acentuadas).
Pouco mais de um ano após esses eventos, o índice apresenta recorde histórico (perto de 130 mil pontos) e ações de vários setores seguem o otimismo com a possível retomada da economia por conta das vacinações em massa.
Para Fabio Baroni, investidor previdenciário e sócio fundador do Ações Garantem o Futuro – programa de formação de investidores com foco na aposentadoria – os investimentos em empresas da bolsa que sempre apresentaram bons fundamentos, são sólidos e podem fazer o cidadão comum se aposentar com dividendos ao longo do tempo.
“A pandemia levou a bolsa ao chão! Várias empresas desabaram por conta dos efeitos da Covid-19. Obviamente, é um evento lamentável e não gostaríamos de estar vivendo esse caos na saúde pública, mas para quem almeja um dia viver de renda, isso foi uma grande oportunidade de aumentar o número de ações. ”
O investidor ressalta que viver de dividendos é uma questão comportamental e pode ser incorporado por qualquer cidadão. Segundo Baroni, momentos de crise na bolsa de valores tendem a acelerar esse processo.
“As crises geralmente trazem boas oportunidades uma vez que você consegue comprar mais ações com o mesmo volume de dinheiro. Imagine que uma ação em um bom setor, custe 20 reais e te pague 2 reais de dividendos historicamente. Uma crise pode levar essa cotação para a metade do preço, portanto, com os mesmos 20 reais você agora compra o dobro de ações. Os dividendos são pagos pelo número de ações que você possui em carteira e o nosso horizonte é o longuíssimo prazo. Uma ação boa e barata, acelera o processo de criação de renda através dos tempos, mas na prática, vemos que não é tão simples para o investidor ver suas ações caindo e seguir aumentando sua participação. ”
O especialista ainda cita alguns exemplos de setores que se mostram como boas opções em períodos turbulentos.
“Chamamos alguns setores de À Prova de Balas por serem resilientes durante os períodos mais turbulentos. Posso citar os setores de transmissão de energia e até mesmo o bancário que não parece ainda ter se recuperado do tombo causado pelos efeitos da pandemia. Empresas desses segmentos são reconhecidas por pagarem bons dividendos aos seus acionistas ao longo do tempo e são boas escolhas para quem está entrando no mercado de ações com o horizonte de longo prazo bem definido.”
Sobre Fabio Baroni:
É empresário e investidor desde os 17 anos e é sócio fundador do Ações Garantem o Futuro. Projeto que se propõe a desmistificar o mercado de ações brasileiro.