Comportamento Educação Geral Ondas do Bem Saúde

Luto

Apoio psicológico é fundamental para lidar com o luto durante a pandemia

Foto ilustrativa

Mais de 50 mil famílias estão de luto no Brasil. Perderam um ente querido ou amigo próximo para a COVID-19. Mas o rito cultural da despedida, com velório concentrando parentes e amigos, não pôde ser realizado, o que para a psicóloga e coordenadora do Programa de Saúde Mental da Amil, Nathalia Pereira, pode resultar em consequências para a saúde mental. Isso porque a falta de concretização da despedida tende a levar à ilusão de que a pessoa vai voltar, que ela não morreu, dificultando o encerramento de um ciclo. Nesse momento em que os ritos não podem ser cumpridos, a psicóloga sugere que as famílias utilizem outras maneiras de se despedir, como escrever uma carta para a pessoa que se foi, guardar em uma caixa as memórias do ente querido ou fazer um altar com fotos para desfazê-lo quando a partida estiver superada.

“São muitas as formas possíveis para cumprir o rito da partida. É importante encontrar um em que a família se sinta mais confortada. As consequências de não ter esse momento de encerramento da vida não são lineares, mas o comum é que as pessoas fiquem com dificuldade de aceitação, carregando por muito tempo a insegurança e a incerteza de que a pessoa foi embora”, explica.

A especialista comenta que muitas pessoas não sabem como dar força para a pessoa que está em luto. Mas, ao contrário do que muita gente acredita, evitar falar no assunto pode agravar ainda mais a dor da perda. Para a especialista, é preciso falar sobre as coisas que a pessoa gostava, lembrar de momentos e comentar sobre as faltas que a pessoa fará para que as etapas do luto sejam devidamente cumpridas.

Desde setembro de 2018 a Amil oferece um programa de saúde mental que já tem mais de 3.180 beneficiários inscritos e realizou mais de 21.176 consultas. Durante o período de pandemia, o atendimento aos pacientes engajados no programa tem sido realizado tanto presencial quanto virtualmente, comenta Fabiane Minozzo, gerente de práticas assistenciais. O cenário tem deixado as pessoas mais expostas ao medo já que houve uma mudança na rotina, há medo da perda de familiares, do adoecimento, da perda do emprego e receio sobre como será o futuro, sendo que a procura por suporte emocional é importante. “Quadros como ansiedade e depressão podem ser intensificados em momentos como esses e o apoio em saúde mental é fundamental para evitar o agravamento”, sugere.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *