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Crise de ansiedade

Crise de ansiedade, episódio de pânico ou realmente Covid-19?

Tem sentido falta de ar? Saiba se você está tendo uma crise de ansiedade ou sintomas da covid-19

Diante desta quarentena, uma espécie de pânico social se instalou no mundo e não é demais falarmos sobre o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), uma vez que todo este cenário, alterou completamente as nossas vidas, nossas rotinas e naturalmente tem nos deixado mais tensos e apreensivos. Ainda mais quando temos o Brasil como campeão mundial em ansiedade, com quase 10% da população brasileira diagnosticada com o transtorno, segundo a própria OMS (Organização Mundial da Saúde).

Sabemos que o Transtorno de ansiedade tem como principais sintomas a dificuldade em relaxar, angústia constante, irritabilidade aumentada, insônia e baixa concentração e também, sintomas físicos como dores de cabeça, dores no estômago, tontura, formigamento e taquicardia. Tudo isso vem com uma característica marcante: O medo exacerbado de situações comuns a ponto de interferir em sua rotina diária.

Quando estas crises de ansiedade se agravam, elas podem evoluir para uma Crise de Pânico. E, os sintomas de uma síndrome do pânico, como a falta de ar,  sensação de morte iminente,  respiração que não se completa, entre outros, tem feito pessoas buscarem ajuda, achando que podem estar contaminados com o coronavírus.

Muitos profissionais da saúde, tem relatado que recebem com frequência pacientes que estão simplesmente tendo uma crise de ansiedade, achando que estão contaminados com o coronavírus.

“É preciso ter prudência!”. Este é o alerta a neuropsiquiatra Gesika Amorim, que diz que frente a estes episódios de dispneia e outros sintomas que são comuns nas crises de pânico e ansiedade, a primeira coisa que o paciente precisa fazer é parar e se avaliar.

Ele sabe se tem diagnostico de crises de ansiedade, pânico ou se já teve. Conhecer-se bem é importante para que em momentos como estes, a pessoa não confunda uma crise de ansiedade com doenças tão graves como a síndrome da angústia respiratória ou covid-19, completa.

Existem remédios que podemos usar no SOS na síndrome do pânico e crises de ansiedade, deixando claro que estes deverão ser receitados por um psiquiatra ou neurologista e não podem ser usados de forma alguma por conta própria, diz a Gesika Amorim.

Sabemos também que existem técnicas de relaxamento respiratórios que você pode fazer como inspirar profundamente, contar até quatro e soltar o ar devagar pela boca.  

Ela também alerta para que todos conheçam bem os sintomas do COVID-19, pois a falta de ar é um sintoma que vem de forma secundária.

Primeiro o paciente tem que ter algo mais importante que chame mais atenção, como o cansaço mal estar geral acompanhado de cefaleia, dor no corpo, obstrução nasal e tosseA dispneia é um fator de agravamento da doença e não fator de manifestação inicial da doença.”

Outro fato a ser considerado é que uma pessoa com manifestação de falta de ar, colabamento pulmonar, não vai consegue andar, dormir, se locomover, então, mais uma vez temos que ter prudência.

O Brasil é o país mais ansioso do mundo como já dissemos e é também  o maior consumidor do mundo em volume de clonazepam, o princípio ativo do Rivotril. Em 2010 foi o 2º remédio mais vendido no país, à frente de nomes como Hipoglós e Buscopan Composto.

Diante desta informação, devemos nos perguntar: Por que que o brasileiro é tão ansioso? Por que que o brasileiro consome tanto Rivotril?

“É certo que os benzodiazepínicos atuam muito bem no alívio da ansiedade. Funcionam de imediato, aliviando as sensações de desespero causadas pelo pânico e ansiedade, mas não tratam as suas causas. Ao contrário, eles geram dependência e a pessoa precisa de doses cada vez mais altas; por isso, devem ser utilizadas durante o menor tempo possível e as causas deverão ser tratadas com um receptador de serotonina indicado pelo seu psiquiatra e terapia comportamental cognitiva”, diz a neuropsiquiatra Gesika Amorim.

Para um melhor bem estar e também para evitar agravamentos das crises de pânico e ansiedade, a pessoa deve se manter tão longe o quanto puder, dos noticiários de TV , pois eles abalam muito a capacidade individual de analisar com clareza e objetivo as informações recebidas.

 “Estamos vivendo o auge das matérias sensacionalistas que nada mais fazem a não ser gerar pânico nas pessoas. Este sensacionalismo que vimos diariamente nas manchetes, causa nas pessoas que tem transtorno de ansiedade, o agravamento destas crises”, completa Gesika Amorim.

Siga sua rotina tendo em mente que você é impotente diante de tudo isso. É uma crise e vai passar. Invista na qualidade do tempo que você está tendo. Controle o consumo de noticiários; Prefira um bom livro, um bom filme, programas leves, exercite seu corpo, faça uma atividade aeróbica, ande de bicicleta, beba muita água, não descuide da alimentação, esteja sempre com pessoas queridas, ainda que de forma virtual, afinal de contas, nada disso está proibido!

Sobre a entrevistada:

Dra. Gesika Amorim é pediatra com ênfase em saúde mental e neurodesenvolvimento infantil. Neuropsiquiatra, pós graduada em psiquiatria, e neurologia clínica.

É também referência no Tratamento de TEA- Transtorno do Espectro Autista com utilização de HDT – Homeopatia Detox – Tratamento Integral do Autismo E Medicina Integrativa .

www.dragesikaamorim.com.br

Instagram: @dragesikaautismo

Fonte: Marcela Melo

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