Saúde Mental em tempos de pandemia
O suicídio sempre existiu na história da humanidade e causado por inúmeros fatores. No momento atual, no mundo pandêmico, especialistas avaliam que novos fatores de risco serão gatilhos para as pessoas que têm esse transtorno.
As empresas Pfizer, Upjohn e Abrata organizaram uma videoconferência, no dia 4 de setembro, com debatedores especializados no tema e para o lançamento da campanha de 2020 “Na Direção da Vida”.
Participaram do bate-papo online: Elizabeth Bilevicius, neurologia da UpJohn; Alexandrina Meleiro, psiquiatra e vice-presidente da Abeps (Associação Brasileira de Estudo e Prevenção ao Suicídio) e da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria – Comissão de Saúde Mental do Médico), Michel Haddad, psiquiatra da Unifesp e Iamspe, Cris Santos, diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos da Pfizer Brasil e Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.
Os especialistas conversaram sobre a depressão e a ansiedade neste período de pandemia, que é um cenário novo de descontrole emocional.
Entre os dados apresentados, o Brasil tem o maior índice de pessoas com depressão, que é o principal transtorno mental causal do suicídio. “Cerca de 12 milhões de brasileiros enfrentam a depressão. A prevalência no Brasil é de 5,8%, maior que a média global (4,4%). A cada 46 minutos, uma pessoa põe fim à própria vida no Brasil”.
Ansiedade
O Brasil lidera esse transtorno no mundo. Segundo os especialistas, a ansiedade antecede, coexiste ou sucede o quadro depressivo. São 18,6 milhões de brasileiros com algum tipo de transtorno de ansiedade. No mundo, temos 33% da população sofrendo com a ansiedade.
Para compreender os sintomas da ansiedade, vale registrar que as pessoas com este transtorno têm uma preocupação exagerada com saúde, dinheiro, trabalho, sensação que algo ruim pode acontecer, medo de ser humilhado publicamente ou falta de controle sobre os pensamentos.
A ansiedade tem cura e pode ser controlada, se a pessoa procurar um profissional de saúde mental.
Gatilhos
A Dra. Alexandrina Meleiro apresentou dados do Projeto ConVid – Pesquisa de Comportamento da Fiocruz/UFMG e Unicamp com os gatilhos que a pandemia da Covid-19 trouxe para população:
- 40% dos brasileiros sentiram tristeza
- 54% ficaram ansiosos ou nervosos
Os aspectos da tristeza, ansiedade e nervosismo pioraram entre os mais jovens, de 18 a 29 anos, com 54% tristes e 70% sentindo ansiedade e nervoso.
Outra publicação científica, online da revista The Lancet, apresentou levantamento de casos de ansiedade e estresse em dobro com a pandemia e 90% de aumento da depressão.
Pesquisa
A Pfizer e Upjohn, com o IBOPE, entrevistaram duas mil pessoas para saber o que pensam sobre os tabus entorno da depressão e do suicídio.
Foram consultadas pessoas de São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com idade inicial de 13 anos.
Entre os alertas da pesquisa, ressaltamos que 22% responderam que não ficaram à vontade para falar com a família sobre a depressão. 57% das pessoas acham que no trabalho ninguém acredita na doença. 72% não sabem que a depressão é mais comum em quem tem histórico familiar.
Nesta pesquisa 47% acredita que a depressão pode ser vencida com atitudes alegres, 1 a cada 5 pensam que é falta de Deus ou sinal de pouca fé, 39% acham que o deprimido quer chamar atenção.
Cuidados com a saúde mental
De uma forma geral, para todas as pessoas, os especialistas recomendam atenção para:
- Dormir por períodos regulares de 7 a 8 horas
- Comer alimentos saudáveis
- Evitar álcool e cigarro
- Se comunicar
- Praticar meditação ou exercício físico
Pessoas já com diagnóstico de depressão ou ansiedade, que tomam medicamento ou fazem terapias não podem parar o tratamento sem avaliação médica. É comum a pessoa começar a se sentir melhor e parar de tomar remédios ou desistir da terapia. Porém, é uma atitude que pode agravar o quadro psíquico.
Campanha 2020
Como no ano de 2019, o símbolo da campanha é o girassol e o slogan “Na direção da Vida #depressãosemtabu”. Foi construído um site (www.depressaosemtabu.com) com informações sobre depressão, ansiedade, mitos e verdade sobre o suicídio, dicas de saúde mental, depoimentos de pacientes e a programação da campanha.
Abaixo, confira o videoclipe Enquanto houver sol, com influenciadores, celebridades, pacientes e pessoas comuns que apoiam essa iniciativa.