Especialistas mulheres contam como promover mais igualdade no mercado de tecnologia
Com 53% do quadro formado por mulheres, o Grupo Alura, maior escola online de tecnologia do país, se destaca no mercado com ações em prol da inclusão e diversidade de gênero
Treinamentos para quem está envolvido com processos seletivos, recrutamento com olhar voltado para a diversidade e foco nas particularidades femininas são algumas das práticas que devem ser estimuladas por empresas de tecnologia para garantir a igualdade social e profissional entre homens e mulheres no setor.
As observações foram levantadas por especialistas mulheres do Grupo Alura, maior escola online de tecnologia do país. Após uma recente avaliação interna, a empresa tem hoje 53% da equipe composta pela presença feminina. Entre os cargos de liderança, 51% são executados por elas.
O levantamento comprova uma tendência dos últimos cinco anos em que a participação feminina nas áreas de tecnologia cresceu 60% — passando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2019, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“Um ponto importante para conseguir atrair mais mulheres na liderança é o nosso ambiente flexível, que valoriza o balanço entre vida pessoal e profissional, e nosso olhar mais humano e cuidadoso no tratamento de pessoas. Assim, elas conseguem conciliar o trabalho com outras responsabilidades da vida pessoal”, explica Luísa Aguirra, gerente de Recursos Humanos da Alura.
Futuro
Quando avaliado o número de matrículas efetivadas para cursar programação na Alura, cerca de 37% são do sexo feminino. No mercado de trabalho, as mulheres representam apenas 20% dos profissionais de tecnologia do país, conforme as informações do Caged.
De acordo com a diretora de Marketing e Customer Experience do Grupo Alura, Julia Chagas, existe um longo caminho para alcançar a igualdade no mercado de trabalho.
“É importante que as mulheres se unam em redes de apoio e ajudem outras a evoluírem, assim como é essencial que as empresas tenham um olhar dedicado à diversidade de forma geral. Além de dar espaço a grupos historicamente minorizados, também é a única maneira de romper barreiras e trazer mais inclusão para o mercado”, disse.
Uma estimativa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que, se a mudança continuar nesse ritmo, em 10 anos, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro deve crescer mais do que a masculina em muitos segmentos — a ciência e tecnologia são alguns deles.