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Pnad Contínua terá leve redução na taxa de desocupação em função do aquecimento da economia, explica Samuel Durso

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará, nesta sexta-feira (31), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua). Para o Professor da Fipecafi, Samuel Oliveira Durso, o índice deve apresentar redução na taxa de desocupação devido ao aquecimento na economia nos últimos meses do ano. “Novembro e dezembro são os meses que, normalmente, apresentam as menores taxas de desocupação, com influência das festas de fim de ano e do efeito do 13º salário na economia. Assim, é possível que a taxa de desocupação do último trimestre de 2019 fique em torno de 11% a 11,2%, representando uma redução de, aproximadamente, 0,5 ponto percentual (p.p.) em comparação com o mesmo trimestre de 2018”, explica.

Samuel Oliveira Durso – Foto: Fipecafi

O professor comenta que todos os meses do último ano, a Pnad apresentou uma leve redução nas taxas de desocupação em relação ao ano anterior, oscilando de 0,1 a 0,5 ponto percentual (p.p.). “Contudo, é importante destacar que a base de comparação de 2019, ou seja, 2018, refere-se a um ano eleitoral, marcado por uma forte incerteza sobre o futuro do país, o que impactou negativamente o mercado de trabalho brasileiro. Considerando a situação atípica de 2018, pode-se afirmar que os dados da Pnad mostram uma recuperação econômica, ao longo de 2019”, diz.

Durso explica que a retomada da economia está acontecendo de forma mais lenta do que o esperado. “Ainda existe um longo caminho para se alcançar os patamares anteriores ao período de agravamento da crise econômica no Brasil. Em 2014, a taxa de desocupação nacional fechou o último trimestre em 6,5%”, ressalta. 

Para este ano, considerando a série histórica da Pnad de 2019, Durso afirma que é esperado um aumento no número de pessoas ocupadas. Contudo, é importante destacar o tipo de ocupação em que este aumento ocorreu, ao longo do último ano. “No setor privado, os dados da Pnad têm mostrado uma estabilidade no número de empregados com carteira de trabalho assinada, girando em torno de 33,1 milhões, de acordo com os dados apresentados para o terceiro trimestre de 2019”, diz.

Em contrapartida, tem aumentado significativamente o número de empregados sem carteira de trabalho assinada e dos trabalhadores por conta própria. “Para esses dois últimos grupos, os dados referentes ao terceiro trimestre de 2019 foram, respectivamente, 11,7 e 24,2 milhões (em ambos os casos, os valores apresentados foram recordes para o período). Apesar do crescimento no número de pessoas ocupadas, ter mais empregados sem carteira de trabalho assinada pode ser um problema futuro para o país, tanto por razões previdenciárias quanto pela volatilidade atrelada à ocupação informal”, completa.

Sobre a Fipecafi
A Fipecafi foi fundada em 1974 por professores do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e atua desde então como órgão de apoio institucional ao departamento. Dentre seus principais objetivos estão: a missão de desenvolver e promover a divulgação de conhecimentos da área contábil, financeira e atuarial, organizar cursos, seminários, simpósios e conferências, prestar serviços de assessoria e consultoria e realizar pesquisas, atendendo entidades dos setores público e privado. Mais informações: http://www.fipecafi.org.

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