Alta do dólar encarece os serviços de computação em nuvem
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Alta do dólar encarece os serviços de computação em nuvem

A recente volatilidade do dólar, que chegou a atingir R$ 6,10 na semana anterior, tem imposto desafios significativos para empresas brasileiras que contratam serviços de computação em nuvem junto aos grandes players internacionais. A alta da moeda americana tem encarecido esses serviços, colocando pressão sobre os orçamentos de companhias que já enfrentam um ambiente econômico desafiante.

Além do impacto direto da desvalorização cambial, outro fator tem pesado no bolso das empresas: a necessidade de recolhimento de impostos sobre os serviços contratados no exterior, tais como o ISS, o PIS e a Cofins, tratados pelo ato declaratório interpretativo RFB nr. 7 de 15 de agosto de 2014,  que pode resultar em passivos tributários consideráveis quando a Receita Federal realiza fiscalizações. 

Esse cenário tem levado organizações a buscarem alternativas nacionais que oferecem maior previsibilidade financeira.

Mercado nacional ganha força

O mercado de cloud computing no Brasil segue em ascensão, com faturamento superior a R$ 2,1 bilhões e mais de 28 mil empresas atendidas, segundo dados da pesquisa de perfil AbraCloud – Associação Brasileira de Infraestrutura e Serviços Cloud.

Com infraestrutura localizada no território nacional e precificação em reais, empresas brasileiras de computação em nuvem oferecem serviços comparáveis aos de grandes fornecedores internacionais, mas com vantagens no contexto atual. 

Segundo Jean Andreadis, CIO e cofundador da CL9 Tecnologias, a demanda pelos serviços da empresa aumentou significativamente e a previsibilidade nos custos é um dos principais fatores que atraem clientes para provedores locais. “Tivemos um crescimento de novos clientes na última quinzena da ordem de 40%, comparado ao mesmo período anterior, devido ao câmbio. Empresas que optam por soluções em reais ficam protegidas da volatilidade cambial e não enfrentam a complexidade tributária associada aos serviços internacionais”. Andreadis também ressalta que os provedores nacionais oferecem suporte técnico local e maior aderência às normas regulatórias brasileiras.

A variação cambial pode criar um efeito cascata, elevando o custo total de propriedade (TCO) das ferramentas digitais, softwares, licenças e outros serviços essenciais para a infraestrutura de TI, frequentemente atrelados à moeda americana, limitando a competitividade no mercado.