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Controle nos cálculos da gestão empresarial mitiga riscos do ESG

Muitas empresas com ações na Bolsa já estão apresentando em seus balanços informações sobre o ESG: Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G). A sigla é uma referência às práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. As metas estabelecidas são formas de minimizar impactos no meio ambiente, investir em um mundo mais justo e responsável, além de utilizar as melhores práticas nos processos de administração.

Empresas já incluem dados ESG em seus balanços, mas a norma da CVM entra em vigor a partir de 2023. Por meio da Instrução 480/09, em dezembro de 2021, a CVM passou a exigir que companhias brasileiras apresentem seus indicadores de questões climáticas, bem como seus riscos ambientais, sociais e de governança.

Pesquisa da Standard and Poor’s, agência global de rating sobre fatores de governança, mostrou que as empresas que se classificam bem abaixo da média em características de boa governança são particularmente propensas à má gestão e arriscam sua capacidade de capitalizar oportunidades de negócios ao longo do tempo. A S&P Global avalia o desempenho de governança das empresas levando em conta quatro fatores: estrutura e supervisão, código e valores, transparência/relatórios e risco cibernético/sistemas. Para a S&P Global, compreender o “G” em ESG é fundamental, pois os riscos e oportunidades de Governança provavelmente aumentarão à medida em que as atitudes sociais, políticas e culturais continuarem a evoluir.

Índices

Antonio Carlos Macedo, CEO da Macdata, destaca: devido à indefinição nos índices de correção das indenizações trabalhistas, o montante pode variar. “É preciso organizar os dados para que as várias hipóteses sejam contempladas quando aplicados os índices. Também a questão social merece atenção. É necessário um sistema que identifique as reclamações referentes a danos morais e materiais, orientando medidas de correção e preventivas”, explica Macedo.

A veracidade e a transparência das informações transmitidas aos investidores estão na ordem do dia, portanto. Se com recursos internos as empresas forem incapazes de fazer frente a esse desafio, mandam as boas práticas buscar consultorias e prestadores de serviços especializados. Afinal, o cerco iniciado no caso Enron e Arthur Andersen, há vinte anos, que culminou com a lei Sarbanes-Oxley sobre práticas corporativas, agora aperta ainda mais.

O fenômeno é mundial. Desde o ano passado, as empresas da Europa ficaram sujeitas ao Regulamento para Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR). Nos Estados Unidos, há também uma orientação do presidente Joe Biden ligada especialmente a questões ambientais.

Segundo Julio Amorim, CEO do Great Group e Head de Estratégia da Macdata, as práticas de gestão precisam ser atualizadas considerando as novas premissas do ESG. “O Mapa Estratégico deve sofrer as respectivas aderências, além dos indicadores e KPI´s. Estamos diante de um momento único no sentido de diferenciar as organizações que de fato agregam valor a todas as partes interessadas”, diz Amorim.