ZOOHACKATHON Brasil: competição mundial une brasileiros no combate ao tráfico de animais
Maratona será 100% online e acontece entre os dias 6 e 8 de novembro. Objetivo é criar soluções criativas e inovadoras para combater o tráfico de animais ao redor do mundo. Inscrições até o dia 5/11
Todos os dias diversos animais selvagens são vendidos como mercadorias ou objetos de colecionadores ao redor do mundo. Para desenvolver soluções criativas e inovadoras para acabar com o tráfico de animais, o Instituto We Are All Smart (WAAS), JUPTER, Founder Institute Brasil e a Missão Diplomática dos EUA no Brasil, promovem a segunda edição do ZOOHACKATHON Brasil, entre os dias 6 e 8 de novembro.
Esta edição, que será 100% online, vai reunir estudantes participantes de todos os estados brasileiros e em qualquer área de atuação, de preferência com conhecimento em desenvolvimento de softwares ou hardwares, design e negócios. “Maratonas como estas são ótimas oportunidades para desenvolvedores, estudantes universitários, ambientalistas, acadêmicos e ONGs brasileiras contribuírem no desenvolvimento de solução para o combate de tráfico de animais, enquanto desenvolvem habilidades para o mercado de startups e tecnologia”, afirma Paloma Lecheta, diretora do Founder Institute BR/JUPTER.
O ZOOHACKTHON é uma competição global, que acontece simultaneamente em diversas regiões do mundo, incluindo países da Europa, Oriente Médio, África e nordeste da Ásia. O Brasil é o único país da América do Sul que está participando do evento. “Em 48 horas equipes interdisciplinares vão ter acesso a mentorias e ferramentas para propor soluções reais aos problemas de tráfico de animais selvagens”, complementa Lecheta.
A maratona promove o desenvolvimento de projetos através de um problema inicial e o objetivo é identificar oportunidades para melhorar a eficiência do uso dos recursos disponíveis atualmente. No final, os participantes apresentam suas ideias em um painel de juízes selecionados. Os vencedores locais receberão prêmios e os regionais vão competir pelo prêmio global, que acontece entre os dias 13 e 15 de novembro.
Brasil está entre os principais países na rota do tráfico de animais
O tráfico ilegal de animais silvestres é responsável por dizimar diversas espécies de animais, incluindo os ameaçados em extinção, como rinocerontes, tigres, elefantes, pinguins e muitos outros. O tráfico é a terceira maior atividade ilegal do mundo, atrás apenas dos tráficos de armas e drogas, e é impulsionado pela demanda por animais de estimação exóticos, iguarias, joias, decorações e medicamentos tradicionais.
“Quando falamos em tráfico de vida silvestre, estamos falando também da ameaça que ele representa à segurança nacional de vários países, à prosperidade econômica e ao estado de direito. No entanto, o que torna tão urgente adotarmos medidas de combate e prevenção ao tráfico é o potencial que essa prática criminosa tem de levar espécies inteiras à extinção e de espalhar doenças”, pontua Pablo Valdez, conselheiro de Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Saúde da Embaixada dos EUA, em Brasília.
De acordo com dados divulgados pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) estima-se que pelo menos 38 milhões de animais são retirados de seus habitats todos os anos no Brasil e a receita com esta exploração ultrapasse os US$ 2 bilhões. Nove de cada 10 animais traficados morrem antes de chegar às mãos do consumidor final.
O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade e é um importante país de origem e consumo de produtos de tráfico de animais silvestres. “É fundamental perceber que o tráfico de vida silvestre está presente em todas as camadas da sociedade e saber que toda e qualquer prática ilegal de captura e comercialização, por menor que seja, acaba impactando na sobrevivência de espécies e na biodiversidade em suas regiões. Acredito que as pessoas podem contribuir conscientizando amigos e parentes sobre o tema. Incentivar interessados em criar espécies silvestres a comprarem de criadores autorizados. E claro, denunciar a venda e criação ilegal às autoridades brasileiras”, complementa.
Muitas vezes, o tráfico só é possível por falta de profissionais capacitados para identificar, manusear e realizar apreensões nas rodovias. “As queimadas representam um perigo à biodiversidade porque podem ameaçar espécies endêmicas de flora e fauna. Se pensarmos que animais em fuga ficam mais vulneráveis à captura quando se aproximam das cidades, é sim possível que eles acabem nas mãos de traficantes e se tornem vítimas dessa prática”, alerta Pablo.
Para esta edição do ZOOHACKATHON Brasil as expectativas são as melhores possíveis, inclusive que o Brasil possa representar toda a América do Sul na edição de 2020, é o que afirma Pablo, conselheiro da Embaixada dos EUA. “O Brasil reúne todas as características para realizar uma competição de alto nível. No evento do ano passado, as equipes eram formadas por estudantes de várias áreas do conhecimento, todos unidos pelo objetivo de propor soluções aos problemas apresentados. E deu tão certo que a equipe vencedora do Brasil também ficou entre os três primeiros colocados na competição global”.
Como participar do ZOOHACKTHON Brasil?
Se você ama os animais e quer protegê-los, esta é uma ótima oportunidade de ajudar a fauna brasileira no combate ao tráfico de animais silvestres. As inscrições para o ZOOHACKATHON Brasil são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 05 de novembro pelo site https://zoohackathon.waas.ninja.
ZOOHACKATHON BRASIL 2020
Data: 6 a 8 de novembro
Objetivo: Criar soluções criativas e inovadoras no combate ao tráfico de animais
Público-alvo: desenvolvedores, designers, empreendedores, estudantes universitários (de qualquer área de atuação), ambientalistas, zoológicos, acadêmicos e ONGs
Local: evento 100% online (inscrições até 05 de novembro)
Inscrições gratuitas: https://zoohackathon.waas.ninja/
Imagens: Pixabay