São Paulo – SP 19/10/2020 – Esta crise abriu nossos olhos para as fraquezas na indústria e comportamento, no qual dependíamos de interações pessoais para planejar e produzir.
Embora ainda haja tantas incógnitas pela frente, a indústria aeroespacial pode se beneficiar
Embora ainda haja tantas incógnitas pela frente, a indústria aeroespacial pode se beneficiar, segundo o engenheiro de sistemas aeroespaciais Jaime Nunes, da aplicação das lições aprendidas à medida que a Covid-19 avançou de um surto limitado para uma pandemia global. “As empresas e os governos passaram a respeitar as soluções oferecidas pela tecnologia com ferramentas de engenharia digital, métodos inovadores e recursos que exploram rapidamente todo o potencial disponível para cortar custos e restaurar a confiança do público na segurança de voar, mantendo as economias local e global funcionando”.
Segundo Jaime, indústrias inteiras estão trabalhando para reparar as cadeias de suprimentos que foram interrompidas pela pandemia, operando na construção de sistemas ágeis e resilientes necessários para avançar. “Esta crise abriu nossos olhos para as fraquezas em nossos processos na indústria e comportamento, no qual dependíamos de interações pessoais para planejar e produzir. Com o surgimento de barreiras à interação física, agora, não podemos mais ir ao chão de fábrica e muitas vezes nem podemos ver nossos companheiros de equipe pessoalmente. Por isso, o maior desafio é encontrar maneiras de comunicar informações complexas e detalhadas sem poder apontar ou tocar coisas”.
Após a retomada na produção em agosto, foi registrado um aumento no ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial), divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), que em setembro cresceu em todos os 30 setores da indústria considerados na pesquisa. O estudo aponta ainda que a confiança está cada vez maior e mais disseminada no segmento industrial. “No setor aeroespacial, por exemplo, novos tipos de aeronaves, modelos de negócios e cadeias de suprimentos surgirão. A sobrevivência não será sobre uma transição rápida, mas sobre construir resiliência para longo prazo e, em parte, produzir a próxima geração de aeronaves, com aerodinâmica melhorada, mais leve, mais econômica em combustível e menos poluente”, considera Jaime.
Para engenheiro, a pandemia vai passar e as pessoas serão capazes de se adaptar e lidar com o que for necessário. “A combinação de uma longa duração de restrições de viagem e surtos repetidos por um longo período, pode levar a uma ‘nova normalidade’ daqui a dois anos, diferente do que tínhamos dois anos atrás”. Jaime aposta que o uso de ferramentas de design digital será muito maior, a automação será muito mais prevalente e práticas como a engenharia de sistemas baseada em modelos serão dominantes.
Com uma gama de novas tecnologias que já vinham fundindo os mundos físico, digital e biológico, tendência ainda maior no pós-pandemia de acordo com Jaime, os recursos da tecnologia cotidiana permitirão inúmeros avanços, como aeronaves supersônicas, pessoas operando carros autônomos e gerenciando casas a partir de um telefone, maior eficiência da manufatura e outras indústrias, entre outros. “A preparação para esta nova fase começa com a educação, que é a chave para a adaptação às mudanças que as tecnologias trarão. As empresas e organizações que se adaptarem mais rapidamente também terão mais sucesso”, finaliza o engenheiro.