40% das mulheres que buscam graduação no exterior querem cursos de exatas
Ada Lovelace, Rosalind Franklin, Gladys West e Solange Gueiros,
o que elas têm em comum? São algumas das figuras femininas que se destacam na
área de ciência e tecnologia, tão marcada pela participação de homens. Porém,
há cada vez mais mulheres interessadas em cursos de exatas. Cerca de 40% das
alunas preparadas pela consultoria educacional Crimson Education no Brasil (www.crimsoneducation.org) que
buscam graduação no exterior almejam esse mercado.
Uma delas é a paulistana Lara Franciulli, de 18 anos, que se prepara para
embarcar rumo à Stanford, onde cursará Ciência da Computação. “Quando retornar
ao Brasil, vou trazer o conhecimento adquirido para fazer a diferença na
construção de um futuro melhor para o meu país e incentivar o empoderamento
feminino”, diz a jovem.
Premiada em diversas olimpíadas científicas, Lara tinha ressalvas quanto a
construir a carreira na área de exatas, por imaginar que não existiria nenhum
impacto social. Foi quando participou do Mind the Gap 2017, evento do Google
que incentiva meninas a ingressarem em cursos relacionados à tecnologia, e lá
percebeu que poderia unir as duas pontas. “Na ocasião, conheci um professor de
doutorado que fez um aplicativo para conectar doadores de sangue com quem
precisa e salvou muitas vidas. Vi, então, que eu conseguiria usar meus
conhecimentos para ajudar outras pessoas”, conta a jovem. Além disso, estar
rodeada de garotas com os mesmos interesses foi mais uma motivação para que
decidisse o próximo passo.
Após passar pela consultoria da Crimson Education, a estudante conquistou a
admissão em Stanford, berço de algumas das maiores empresas de tecnologia do
mundo, como Google e Tesla. As aulas iniciam em setembro e ela já tem planos
após concluir a universidade. “A minha experiência em ONGs me motiva muito a
trabalhar para melhorar a educação, contribuindo para diminuir a desigualdade
no país. Quero adquirir experiência como programadora, para depois abrir uma
startup e ajudar na aplicação de tecnologia no ensino”. Determinada, ela ainda
pretende cursar Ciências Políticas e ingressar na política.
Quebrando barreiras
Os cursos de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) têm atraído
uma expressiva parcela de universitárias para o exterior. O número de alunas
nas universidades dos EUA matriculadas em graduação e pós-graduação na área
aumentou mais de 68% no período de 2010 a 2015, segundo o Programa de
Visitantes para Estudantes e Intercambistas do governo norte-americano.
E, de acordo com o último estudo divulgado pela Best Colleges – que elabora
rankings de programas estudantis nos EUA –, em 2016, a Universidade da Califórnia
(UC), em San Diego, foi uma das mais procuradas pelas mulheres, com 32,7% de
alunas, seguida da Universidade Estadual da Carolina do Norte, em Raleigh, com
31,5%. “Autenticidade e envolvimento são importantes. Estude bastante e dê o
seu melhor em coisas que representem quem você é de verdade”, incentiva Lara.
Fonte: Assessoria Press Works