São Paulo 25/6/2021 –
Pandemia impulsiona o uso de pagamentos virtuais e países, como o Brasil, fazem estudos sobre substituição do papel-moeda por moedas digitais. Entenda as diferenças entre as diversas modalidades
A troca de um produto por outro, prática conhecida como “escambo”, era comum no período colonial, quando não havia sistema monetário no Brasil. Depois foi estabelecido o réis, que era usado em Portugal, e circulou até 1942. Depois do dinheiro, surgiu o cheque e, então, os cartões de crédito e débito passaram a ser utilizados.
Agora, com o avanço tecnológico, o mundo está experimentando a implementação do pagamento digital. Com o tempo, a tendência é que a presença deste tipo de transação financeira no mercado se torne efetiva a ponto de eliminar totalmente o dinheiro em papel.
O interesse pelo uso de pagamentos digitais na hora de comprar cresceu com a pandemia. Essa forma de pagamento se encontra presente em todas as faixas etárias e é utilizada por um terço da população, de acordo com o estudo Generation Pay, da Savanta, que realizou entrevistas com pessoas de 15 países, incluindo o Brasil. E, segundo a pesquisa do Capterra, houve aumento de 32% na frequência dos pagamentos digitais no país desde o começo da crise sanitária.
“Esse processo evolutivo financeiro pode, futuramente, resultar na extinção total do papel-moeda. A China, por exemplo, já está em teste para tornar sua moeda oficial em digital”, esclarece Isabelle Kwintner, diretora sênior de estratégia da fintech UzziPay.
Pagamentos digitais: conhecendo o “novo normal” da economia mundial
Mas, de fato, o que seriam esses “pagamentos digitais”? A denominação refere-se a pagamentos efetuados via internet. “Este se faz por meio de uma troca de dados, que pode acontecer, por exemplo, em uma plataforma online ou dispositivos móveis, como, por exemplo, smartphones e relógios inteligentes”, afirma a diretora.
Entre as formas de realizar este pagamento digital, algumas podem ser destacadas. Para Isabelle, os principais destaques são:
PIX: Com aproximadamente seis meses no mercado o PIX é considerado um sucesso. De acordo com o estudo “PIX: o novo meio de pagamento brasileiro”, divulgado em maio pelo Banco Central (BC), 45% utilizou esse sistema.
Ele pode ser usado para pagamentos imediatos, podendo ser utilizado em diversas lojas, aplicativos e até mesmo em transações bancárias. A plataforma já contabiliza mais de 242 milhões de chaves cadastradas e 88,5 milhões de usuários, de acordo com o BC. O estudo ainda mostrou que as 1,5 bilhão de transações movimentaram mais de R$ 1,109 trilhão.
A modalidade PIX Cobrança será uma alternativa definitiva ao boleto. A novidade traz a possibilidade de agendar pagamentos, por exemplo, entre outras facilidades.
Uma consulta pública sobre duas novas modalidades foi aberta no dia 10 de maio. A primeira é o PIX saque que, como o nome já diz, será para retirada de dinheiro. A segunda novidade é o PIX troco, associado a uma compra ou prestação de serviço. Os serviços estão previstos para chegar em agosto. “O PIX veio para ficar mesmo, como mostra o estudo do Banco Central. Boa parte dos nossos clientes já aderiu a essa modalidade”, afirma Kwintner.
QR Code: atualmente, de acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre o comércio móvel, realizada entre março e agosto de 2020, o percentual de pessoas que já fizeram pagamentos via QR Code cresceu de 35% para 48%. E, ao menos uma parte disso, se dá pelo fato de que este recurso permite as mais variadas utilizações por empresas e profissionais autônomos.
“O uso QR Code para pagamentos é muito prático e rápido. Toda transição deve durar uns 10 segundos. O empresário, por exemplo, pode reduzir os gastos com o operacional”, destaca a especialista.
WhatsApp Pay: o objetivo é que os usuários consigam enviar e receber dinheiro pelo app de mensagem instantânea, por meio de cartões cadastrados. As transações podem ser realizadas, 24 horas por dia, 7 dias da semana. A estimativa é que, de início, será possível usar cartões de débito, ou que têm função de débito e de créditos.
Entendendo o conceito das criptomoedas
Criptomoeda é um tipo de dinheiro que só existe na internet. A tecnologia blockchain é responsável pela proteção da moeda. Um conjunto de blocos digitais checa todas as operações e os dados, como quem enviou, recebeu e a quantia.
“A evolução do dinheiro em papel e os métodos alternativos de pagamento digitalizados estão atrelados, e conectados, a um processo natural de evolução da sociedade, que visa colocar a tecnologia a disposição do homem a fim de oferecer: facilidade, praticidade e segurança em suas transações”, finaliza a diretora sênior de estratégia da UzziPay.