O interesse dos jovens pelo mercado imobiliário tem crescido significativamente nos últimos anos. De acordo com pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, pessoas com idades entre 21 e 26 anos (Geração Z) representaram 46% das buscas para a aquisição da casa própria em 2023.
Esse movimento reflete uma mudança cultural do jovem brasileiro em relação à saída da casa dos pais. Apesar de a geração Z ser conhecida por ser a “geração canguru”, a pesquisa mostra que hoje há uma tendência de jovens buscando mais independência e se apoiando nos movimentos do mercado imobiliário para isso.
“O mercado é muito cíclico nesse sentido. Atualmente, é mais comum ver jovens que optam por morar sozinhos, com amigos, ou um cônjuge, e até efetivamente se casando e constituindo família mais cedo”, afirma Nathalia Luiza de Oliveira Marândola, diretora da Sonho Real Netimóveis e coordenadora da Netimóveis Jovem, grupo criado para atender especificamente às demandas dessa nova geração de consumidores.
Um dos impulsionadores desse interesse também é a conquista da estabilidade financeira. “Muitos estão buscando o setor imobiliário não apenas para a compra e locação da casa própria, mas também de olho em oportunidades de investimento. Em um cenário econômico em constante mudança, eles têm percebido que o mercado imobiliário pode ser uma forma segura de aplicar seus recursos”, aponta Nathalia. Esse movimento já começa a ter seus primeiros impactos no mercado imobiliário. Hoje, os consumidores de imóveis, com idade até 35 anos, já totalizam mais da metade da carteira de clientes que financiam imóveis pela Caixa Econômica Federal no país.
Apartamentos menores, como estúdios ou imóveis com poucos dormitórios, são os mais procurados por jovens que começam a construir seu patrimônio. “Isso tem gerado um aumento na demanda por apartamentos menores e mais funcionais, além de impulsionar o mercado de locação. Eles estão se adaptando a essa realidade, buscando opções de moradia mais acessíveis, como o compartilhamento de apartamentos ou a locação de imóveis menores”, destaca Nathalia. A localização é o maior atrativo de um imóvel para os mais jovens, com fácil acesso ao transporte público, serviços do condomínio e atrações nos arredores. Savassi, Floresta, Santa Tereza, Barro Preto e até mesmo o Centro, que tem passado por um projeto de revitalização com esse propósito, são alguns dos bairros que cativam a nova geração em Belo Horizonte.
Quando chega o momento de procurar um imóvel, essa parcela de consumidores também prioriza experiências e processos simplificados. “Os jovens, que são nativos digitais, se sentem mais confortáveis em utilizar plataformas digitais e portais para pesquisar, comparar e realizar transações imobiliárias”, ressalta. De olho nesse público, as próprias construtoras vem priorizando iniciativas mais sustentáveis nos lançamentos, como preservação de áreas verdes, coleta seletiva de lixo, economia de água, energia limpa e vagas para carregar carros elétricos.
Atenta a essas mudanças do mercado, a Netimóveis Jovem é uma iniciativa que visa capacitar e apoiar jovens do mercado imobiliário, considerando, inclusive, que muitas empresas associadas são familiares e passarão por um processo de sucessão. O projeto tem como objetivo desenvolver competências de liderança e inovação, preparando a nova geração para assumir posições estratégicas e contribuir para o crescimento da rede.