Técnicas para remover amassados da lataria de veículos sem a necessidade de repintar a superfície são utilizadas há décadas, com registros iniciados na Alemanha. Mas foi no Brasil, no início dos anos 1990, que um antigo funcionário da Volkswagen desenvolveu ferramentas e métodos próprios, hoje conhecidos como “martelinho de ouro”.
Segundo a revista Quatro Rodas, Pedro Souza Santana, de São Bernardo do Campo (SP), é o inventor da modalidade de reparo que ganhou popularidade no Brasil e no exterior.
Desde então, a mão de obra de profissionais brasileiros encontra oportunidades também em outros países. É o caso de Bruno Galdino, técnico de São José do Rio Preto, em São Paulo, com mais de uma década de experiência. “Os brasileiros se destacam no exterior pela agilidade e excelência artesanal”, conta Galdino, que já levou seu martelinho de ouro para workshops na Alemanha, Itália, Austrália, México e Suíça.
Segundo o especialista, enquanto outros países investem em maquinário para reparar a funilaria, os brasileiros se dedicam a aperfeiçoar o trabalho manual. “Com toques leves e certeiros, é possível eliminar por completo amassados na lataria do carro, sem alterar a pintura original do veículo”, explica.
De acordo com Galdino, o jeito brasileiro de desamassar latarias é bastante procurado especialmente por quem tem carros de alumínio, como Tesla, Porsche e Audi. “Como esses carros possuem peças mais caras, é mais vantajoso optar pelo martelinho de ouro do que funilaria convencional”, afirma.
Mas nem todo caso é para martelinho de ouro. A técnica só funciona em reparos onde a tinta do veículo não foi danificada, sem a necessidade de lixamento ou de nova pintura.
De todo jeito, de acordo com a Associação Automobilística Americana (AAA), pelo menos 80% de pequenos amassados em veículos podem ser corrigidos usando PDR, abreviação em inglês para “paintless dent repair”, ou reparo sem pintura, princípio básico do martelinho de ouro brasileiro.