No ano de 2022, segundo pesquisa do portal Business Insider, 54 bilhões de dólares foram investidos por brasileiros no mercado norte-americano. Os investimentos feitos por brasileiros outros países aumentaram na casa de 30% de 2021 para 2022, de acordo com dados da WIT Exchange. Isso mostra o poder de investimento do brasileiro que, por alguma razão, está saindo em busca de melhores condições. Também vale ressaltar que o país que receber tais aportes financeiros vindos de fora cresce economicamente e se desenvolve a partir de suas políticas econômicas mais “abertas”. A predileção do brasileiro pelos Estados Unidos se justifica, uma vez que ela é a nação mais segura para se investir no planeta.
Em 2022 o Brasil foi o nono país em investimentos nos Estados Unidos e isso, certamente, trouxe ganhos para o segundo principal parceiro comercial do país. Para entender esse fenômeno, o especialista em investimentos externos Lucas Garcia Todaro lista e explica os principais benefícios que os países recebedores de recursos externos têm ao abrirem suas economias ao estrangeiro:
– Estímulo à Economia Local: Investimentos estrangeiros contribuem diretamente para o crescimento econômico dos EUA, impulsionando a atividade econômica, criando empregos e aumentando a produção.
– Juros nos EUA ainda em ciclo de alta: Muitos investidores estão vendo um dos maiores patamares de juros nos EUA, tendo a possibilidade realizar investimentos em Treasuries (Tesouro Americano), Títulos pré-fixados (previsibilidade de retorno) e Bonds (Títulos de Renda Fixa) com taxas atrativas. Contribuindo para o aumento de investimentos nos EUA.
– Mercado imobiliário efervescente: Mesmo com os juros altos a maior parte dos investidores brasileiros tem comprado imóveis a vista nos EUA, impulsionando o setor.
– Aumento da Competitividade: A entrada de investimentos externos pode estimular a concorrência no mercado interno, incentivando empresas locais a melhorar sua eficiência e qualidade.
– Aumento nas Reservas Cambiais: Fluxos de capital externo podem contribuir para o fortalecimento das reservas cambiais do país, aumentando sua capacidade de lidar com choques econômicos.
Além dos benefícios locais, quem investe também visa multiplicar o valor alocado fora do país. Mas, para que a prática seja segura, Lucas também indica alguns passos que o investidor precisa estudar. “É importante ficar atento a flutuação cambial e à questão de imposto sucessório, onde o investidor estrangeiro fica isento até US$ 60mil e, acima disso, o imposto é devido e a alíquota varia de 18% a 40%”, complementa Todaro.
Seja em ações, renda fixa, imóveis ou outras modalidades, a atratividade do mercado norte-americano ganha cada dia mais espaço no coração – e na caderneta de investimentos – do brasileiro. Só na Flórida, por exemplo, os brasileiros ocupam o topo do ranking no que tange à aquisição de novos imóveis.
O momento vivido pelo planeta durante a pandemia de Covid-19 também mostrou a importância de diversificar os investimentos em países diferentes, já que as crises locais e globais atingem cada nação de uma forma. “Crises globais como pandemias e guerras têm impactos significativos na economia de um país, causando instabilidade em diversos setores e nas finanças públicas. Nesse contexto, um dos principais motivos para investir nos EUA é o fato de ter uma das maiores e mais estáveis economias do mundo, o dólar americano ser uma das principais moedas de reserva global, o que confere estabilidade ao mercado de câmbio e o país oferecer solidez para as transações internacionais”, finaliza o especialista.