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Economia nos EUA e Flórida: controle da inflação e crescimento em 2022

21/1/2022 –

Embora fatores como demissões, falta de mão de obra qualificada e inflação alta preocupem os economistas, a expectativa é que o FED agirá para controlar juros e estimular economia

Com a participação de especialistas do mercado financeiro norte-americano, foi realizado no dia 19 de janeiro o webinar “A Economia na Covid nos EUA e Flórida: Recuperação em 2022?”.

O evento foi organizado pela Brazil-Florida Business Council, Inc., organização sem fins lucrativos voltada à promoção de negócios internacionais, localizada em Tampa, na Flórida (EUA).

Os painelistas discutiram o cenário econômico esperado para os EUA e Flórida, as oportunidades de investimento e as tendências que moldarão 2022 e o pós-pandemia nos EUA e Flórida.

O evento foi moderado por Otaviano Canuto, Membro Sênior Não Residente do The Brookings Institution, Membro Sênior do Policy Center for the New South e Diretor do Center of Macroeconomics and Development.

Os palestrantes convidados foram: Phil Mackintosh (Nova York), Vice-Presidente Sênior e Economista Chefe da NASDAQ; Jerry Parrish (Flórida), Membro do Conselho Econômico do The Haas Center e Economista Chefe e Diretor de Pesquisa da Câmara de Comércio da Flórida; e Kathryn Rooney Vera (Flórida), Diretora-Gerente, Chefe de Pesquisa Macroeconômica Global e Estrategista-Chefe de mercado da Bulltick Capital Markets.

Percalços na economia

Canuto salientou a volatilidade no mercado de ações, a inflação na casa dos 7%, o que nunca aconteceu e os rumores de que a demanda excessiva vai afetar os preços. Lembrou ainda do alto custo do petróleo acima de 100 dólares, a resignação da força de trabalho, com muitas demissões; a falta de creches, que afeta mulheres no mercado de trabalho e o FED (o banco central dos EUA) com uma posição mais austera para esse ano.

Com relação às empresas, Phil apontou que a Covid-19 afetou o desempenho. Houve recuperação da manufatura, porém com problemas nos contêineres e armazenamento nos portos sobrecarregados. Já sobre o setor de serviços, esse ainda não se recuperou. Há falta de mão de obra com muitas demissões. “É uma economia com muito ânimo para gastar e que gradativamente pode voltar ao normal. Para o FED, é uma missão difícil gerenciar a economia, tem que baixar os juros”. No entanto, Phil acredita em um crescimento do PIB que não vai ser negativo.

Ao abordar a economia na Flórida, Jerry apontou o governo positivo e aberto a empreendedores. “O estado sofreu com a queda no turismo, mas ainda se mantém à frente de outros estados – 1% crescimento à frente do PIB dos EUA”.

Phil registrou que estamos observando múltiplos ganhos futuros, empresas querem manter margens fortes e aumento nos ganhos. “As corporações não estão tão endividadas e o mercado não está tão ruim, mas precisamos que juros fiquem baixos. O FED tem que atuar de maneira rápida”, disse.

No tocante à inflação, Kathryn enfatizou que é preciso controlar. “A meta é 2%. Se chegar a 4% é um número ruim e pode ter impacto negativo”, alertou.

Phil voltou a alertar para o problema das demissões e das aposentadorias. Muitas pessoas resolveram se aposentar desde que começou a pandemia. Outros fenômenos observados são muitos empreendedores e flexibilidade de trabalho em casa.

Para Jerry, pessoas pediram demissão porque perceberam o mercado em alta e também o medo de morrer fez com que elas decidissem dedicar mais tempo à qualidade de vida.

Na Flórida, Jerry sinalizou que um dos grandes problemas é o mercado imobiliário muito caro, mas acredita que inflação deve baixar.

Kathryn assinalou que os cheques de estímulo distribuídos por conta da pandemia também tiraram muita gente do mercado de trabalho. Para ela, o FED terá êxito em trazer um cenário mais suave para o país. “Em 2022, teremos desaceleração da inflação e crescimento”, finalizou.

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