São Paulo, SP 20/5/2021 – No processo logístico, cada quilo faz diferença, então um produto mais leve custa menos para ser transportado.
Acompanhando as tendências, fábrica do interior de São Paulo traz para o país método de produção inédito, suprindo a carência detectada com a escassez do vidro e, ainda, com menor custo.
Desde antes da pandemia, o mercado farmacêutico já alertava para um possível colapso: a falta do vidro borossilicato, principal matéria-prima para a fabricação de material de envase para uso dos mais diversos segmentos. Pensando em uma solução definitiva não somente para a área de saúde, mas também para todo o mercado dependente de embalagens para envase, uma empresa do interior de São Paulo inovou neste universo com o uso de tecnologia 5.0.
Em um novo processo produtivo, que utiliza tecnologia japonesa, destaca entre as suas principais vantagens, a utilização de apenas 50% de água e energia, diminuindo custos e, também, reduzindo o uso de recursos naturais. Produzido muito mais rápido que o vidro e, consequentemente, também emitindo menos gases na atmosfera, surgiu o Spiltech.
O produto, criado da necessidade de se pensar em soluções de curto e longo prazo, que atendam essa demanda, promete movimentar o mercado nacional e até internacional. É um polímero que tem características semelhantes à do vidro, como a pureza, a transparência e a barreira a gases, mas que tem ainda mais vantagens sobre o produto tradicional: é inquebrável, sem delaminação (descolamento das lâminas), resistente às temperaturas extremas (-194ºC a 136ºC) e duas vezes e meia mais leve.
A fabricante, chamada Spiltag, há 20 anos produz embalagens para o setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) e decidiu trazer para o Brasil uma tecnologia inédita para produção de frascos, seringas e dispositivos pré-envasados avançados, com uma velocidade 60% maior que a produção do vidro.
Com um investimento inicial de US $1,5 milhão (R $8,5 milhões), o maior desafio da Spiltag “é justamente, apresentar algo inédito no Brasil. Contudo, essa experiência está nos abrindo muitas portas para a exportação. O produto brasileiro é muito bem aceito, inclusive, nos mercados mais exigentes como os Estados Unidos, e nós estamos trabalhando para conquistar muitos territórios”, ressalta Gustavo Spila, CEO da Spitag.
O CEO ainda explica que “esse produto significa a união de várias tecnologias: a transformação, a resina, a esterilização e a manipulação, pois não pode ser manipulado por mãos humanas, apenas por robôs”. Entre os métodos utilizados na produção está a tecnologia de sopro, que possibilita a produção de vários formatos de frascos utilizando a mesma célula de produção, simplificando e flexibilizando a cadeia produtiva. Os processos de sopro específicos garantem a qualidade independente da forma e especificação de cada produto, atendendo as necessidades de diversos setores. “Inovamos para atender a demanda atual e, ao mesmo tempo, manter a alta qualidade de nossos produtos. Agora é o momento de investir no mercado nacional e internacional, tanto de medicamentos, como de cosméticos, nicho ainda a ser muito explorado por nós”.
E para que a inovação seguisse no mesmo patamar da eficiência, aplicou o conceito da indústria 5.0 em seus processos. A indústria 5.0 é uma nova tendência que promove de forma mais eficiente a interação e a colaboração entre o homem e a máquina. Nesse contexto, as indústrias reconhecem o valor da mão de obra humana e que as máquinas são dependentes de operadores, programadores e manutenção. Ela vem para reparar os erros da era 4.0, promovendo soluções e adaptações para processos que já estavam sendo efetuados. “A implementação de inteligência artificial não vai parar por aqui, pois tem sido de grande importância no meio industrial, porém, a coordenação humana será essencial para a era 5.0, que visa tornar a vida dos trabalhadores mais segura e confortável, garantindo o acesso a tecnologias que permitam a eles a automação de processos e o aumento da produtividade”, pontua o empresário.
Website: https://spiltech.ind.br/