São Paulo, SP 22/4/2021 – Mesmo que que algumas pessoas não se achem criativas, essa é uma habilidade que qualquer um pode desenvolver
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, inovação e criatividade não são a mesma coisa.
Em 21 de abril comemora-se o Dia Mundial da Criatividade e Inovação, assuntos cada vez mais relevantes. Para se ter uma ideia, em 2018, segundo levantamento do Ministério da Cultura, a Economia Criativa gerou um milhão de empregos para 200 mil empresas. Mas apesar destes temas estarem em alta, ainda existem muitas ideias pré-concebidas sobre eles.
Melina Oliveira, fundadora da Operação Megafone , iniciativa voltada para ajudar pessoas interessadas em comunicar suas ideias para o mundo, desmistifica alguns mitos e verdades sobre criatividade e inovação.
1. Mito: Criatividade e inovação são a mesma coisa
Ambos são conceitos correlacionados, porém diferentes. Segundo Melina Oliveira, “enquanto a criatividade é uma habilidade que pessoas podem desenvolver, a inovação é um processo que organizações podem implementar. Criatividade tem a ver com usar sua capacidade mental para conceber novas ideias. A inovação introduz mudanças em um sistema.”
Ainda assim, os dois conceitos se relacionam. Uma empresa pode, por exemplo, usar a inovação para aplicar seus recursos criativos.
2. Mito: A criatividade é um dom que algumas pessoas têm e outras não
Outro grande mito. Como já mencionado anteriormente, a criatividade não se trata de um dom divino que algumas pessoas têm e outras não. Por ser uma habilidade, ela pode ser desenvolvida. Ou melhor: reaprendida.
“Já reparou?” Melina questiona. “Nós nascemos criativos! Uma criança conecta ideias diferentes, pinta, dança, explora o mundo… Mas no processo de educação formal, perdemos isso. Nos treinamos para procurar uma resposta certa, um tipo de pensamento convergente, ao invés de procurar múltiplas soluções possíveis, o tipo de pensamento divergente associado à habilidade criativa.”
3. Verdade: É possível inovar em qualquer mercado
Existe uma série de exemplos de inovações em mercados conhecidos por serem mais tradicionais. Melina cita o Nubank, que inovou por não ter agências físicas e também pelo foco central no atendimento ao cliente.
“Se você parar para pensar, os bancos têm um potencial gigantesco para aplicações inovadoras, porque eles participam de momentos pivotais na vida de uma pessoa. Quando alguém recebe o primeiro salário, isso passa por um banco. Quando compra uma casa. Quando vai casar e cria uma conta conjunta. Mas esse potencial todo é, no mínimo, mal aproveitado.”
De acordo com Melina, é possível aplicar metodologias como design thinking, MVP e prototipagem para inovar mesmo nos segmentos mais tradicionais.
4. Verdade: O processo criativo com mais pessoas pode ser mais fácil
Se a criatividade tem a ver com conectar ideias diferentes e propor várias soluções possíveis, é natural que uma diversidade de mentes trabalhando juntas tenha mais chances de chegar a ideias pouco usuais.
“É aquela velha história onde uma completa a ideia do outro, e vários pontos de vista ajudam a enriquecer o processo. Não é à toa que processos de cocriação estão tão em voga. Minha única recomendação? Pode ser interessante dar um tempo ao seu time para pensar em ideias antes de entrar numa sessão de brainstorming.” Conforme Melina explica, isso ajuda as pessoas mais introvertidas do grupo, que têm suas melhores ideias quando estão sozinhas, em processo de introspecção.
5. Mito: Ideias criativas surgem do nada
Segundo Melina, essa é uma das perguntas que profissionais reconhecidos pela criatividade mais escutam: “de onde você tira suas ideias?” Existe um mito de que ideias surgem do nada, quando na realidade elas vêm pela experiência e pelas referências de uma pessoa.
“Um dos caminhos para acessar a criatividade é através do seu repertório, buscando conectar lembranças, memórias e sensações. Quando uma ideia surge durante o banho ou num momento de ócio, isso acontece porque sua mente estava num estado de relaxamento. Se o pensamento convergente leva a um único ponto, ele está mais relacionado ao foco. Já a criatividade tem a ver com criar opções, com o pensamento divergente, o que acontece muito mais naturalmente numa mente relaxada.”
De acordo com Melina, colocar as ideias no papel de forma livre, para “limpar a mente” é uma excelente forma não apenas de não perder, mas também de ter insights preciosos. Ela recomenda esta prática para todos que querem ganhar mais intimidade com a própria criatividade.
Para mais informações sobre o trabalho dela: www.operacaomegafone.com.br
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