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Falta de remédio

Nota da ASBAI

Diante da falta da imunoglobulina humana policlonal em praticamente todos os estados brasileiros, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) enviou carta ao Ministério da Saúde relatando a preocupação e os riscos que isso pode trazer aos pacientes que precisam dessa medicação.

Conforme averiguado pela ASBAI, o Ministério da Saúde não está distribuindo o medicamento e, segundo fontes ouvidas, o que está ocorrendo é o seguinte:

– Em 2019, o Ministério da Saúde realizou compra por pregão de dois produtos de imunoglobulina não aprovados pela Anvisa. Na ocasião, a ASBAI se manifestou contra, evidenciando os riscos que isso poderia oferecer aos pacientes. Ainda assim, após análise do INCQS/Fiocruz, uma análise mais superficial do que a ANVISA costuma realizar para aprovação de medicamentos, a ANVISA autorizou a distribuição dos lotes que já haviam chegado ao Brasil.

– Ministério da Saúde estabeleceu um valor por frasco abaixo do praticado no mercado.

– Há muitos produtos com aprovação na ANVISA sendo comercializados no Brasil. No entanto, nenhum fabricante de produtos registrados na ANVISA quer ou pode vender por esse valor, pois representa prejuízo significativo.

– Os lotes recebidos já terminaram. Os demais frascos adquiridos não foram enviados pelos fabricantes sob a alegação de problemas de transporte por conta da pandemia. No entanto, é possível que o problema seja, na realidade, o preço estipulado pelo Ministério da Saúde.

– Foi realizado recentemente um reequilíbrio no contrato firmado com os fabricantes e o Ministério da Saúde afirma que receberá um quantitativo de imunoglobulina suficiente para abastecer o Brasil até junho de 2021.

O fato é que a falta de imunoglobulina já atingiu, praticamente, todos os estados brasileiros e não recebemos qualquer informação acerca de quando a distribuição estará normalizada.

Enquanto isso, está sem tratamento a maioria (aproximadamente 70 a 75%) dos pacientes com defeitos primários do sistema imunológico que necessitam receber a reposição deste imunobiológico, tanto pela via intravenosa como pela via subcutânea, de modo regular e contínuo. Esses pacientes se encontram suscetíveis a graves infecções que podem comprometer seriamente sua saúde, ou mesmo colocar suas vidas em risco.

Os especialistas da ASBAI estão à disposição para detalhar o assunto e a gravidade a qual os pacientes estão expostos neste momento.

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