Salvador – BA 16/11/2020 – Eu costumo dizer que comigo as histórias são contadas ao pé do ouvido. Mas com certeza, somos influenciados pelo que lemos também
A concepção do tema começou junto com a humanidade, já na época das pinturas rupestres, e se desenvolveu com o passar dos séculos. Mas, afinal, o que é belo? A escritora Carla Chastinet fala sobre isso no livro infantil O Príncipe Feio.
Disse certa vez o dramaturgo William Shakespeare, “Ó beleza! Onde está tua verdade?”. E essa é uma indagação feita desde o início dos tempos e que será feita indefinidamente. As pinturas rupestres, por exemplo, já continham traços de cuidados estéticos, percepção de proporções. Em praticamente todos os períodos históricos que se tem registros a avaliação estética esteve presente.
É impossível saber a quantidade de canções, livros, poesias, filmes, peças e outras expressões artísticas feitas sobre o assunto. A discussão sobre o que é belo e o ideal se intensificou na Grécia antiga e permanece até hoje.
O conceito da beleza através do tempo
Platão disse que “vivemos em um mundo em ruínas e que existe um mundo para além do sensível onde tudo é organizado, perfeito, puro e belo”. O filósofo ainda diz que a beleza absoluta é o brilho ou esplendor da verdade.
Para Aristóteles, discípulo do pensador, o belo não está vinculado a uma beleza maior e sim à proporção, à grandeza e à harmonia das partes em relação a um todo. Ele afirmou que “o belo é o esplendor da ordem”, inerente ao homem, assim sendo, uma criação humana.
O pintor, escultor, matemático e engenheiro Leonardo Da Vinci afirmou que “a lei suprema da arte é a representação do belo”. Ele, que é conhecido por tantas obras, incluindo a Mona Lisa, é responsável pelo Homem Vitruviano, um desenho de uma figura masculina nua com proporções que beiram a perfeição.
Já para o pintor Wassily Kandinsky, a beleza tem um tom menos material: “é belo o que procede de uma necessidade interior da alma”. O Imperador Napoleão Bonaparte disse que “O que eu procuro, antes de tudo, é a grandeza: o que é grande é sempre belo.”
No ideal de beleza grego, que foi usado até o século XVII, o belo era tudo o que tinha simetria, proporção, equilíbrio e ordem – e esse conceito influenciou até mesmo a arquitetura da região e ainda hoje é usado em vários lugares do mundo. Mas séculos depois a concepção do bonito virou algo subjetivo, em que a beleza é definida por vivências pessoais e cada um tem a sua opinião.
O ditado “a beleza está nos olhos de quem vê” nunca foi tão verdadeiro. Pesquisadores da Alemanha e dos Estados Unidos desenvolveram um estudo em que submeteram 16 voluntários a exames de ressonância magnética funcional (fMRI) — uma técnica que analisa a atividade neural – e descobriram que a mesma região do cérebro processa informações sobre o que achamos belo e sobre quem nós somos. Ou seja: há um vínculo profundo entre o senso de identidade de uma pessoa e as coisas que ela considera bonitas.
O Príncipe Feio
E foi pensando nessa subjetividade de “afinal, o que é belo?” – e em outros temas – que a escritora Carla Chastinet escreveu O Príncipe Feio, que em breve será lançado pela Albatrozinho, selo infantil da Editora Albatroz.
Até 2012, Carla viveu no mundo acadêmico, até que recebeu de uma amiga um desafio de escrever um livro sobre natureza para que ela ilustrasse. Ela se negou, mas acabou ouvindo o “chamado do herói”, conceito presente nos livros, e se aventurou nesse mundo. Hoje a autora mistura a contação de histórias com esse universo da academia, pois faz cursos e se especializa na literatura.
“Eu costumo dizer que comigo as histórias são contadas ao pé do ouvido. Mas com certeza, somos influenciados pelo que lemos também. Li uma vez a história de uma contadora, Lívia Alencar, onde ela falava de charadas e de desafios, que na verdade existem em muitas histórias, principalmente nas de tradição oral. E fiquei com isso na cabeça. Uns dias depois ‘ouvi’ a história do Príncipe Feio, que senti necessidade de escrever”, conta Carla.
Segundo ela, o livro trata de temas interessantes e importantes para a formação das crianças, como: o que é exatamente o belo? Qual o papel dos pais na educação dos filhos? O que nos traz sentindo à vida? Por que a moça valente resolveu salvar o príncipe? “Assim, olhamos para nossas próprias jornadas de herói”, explica a autora.
Para conhecer o livro O Príncipe Feio e outras publicações e contações de histórias de Carla Chastinet, basta clicar aqui e visitar sua página no Facebook e aqui o seu canal no YouTube.
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