Mulheres crescem na tecnologia
Artigo de Cleonice Bagio da Silva – diretora Técnica da Sistran Informática
As mulheres se consolidaram no mercado de trabalho e conquistaram espaço na liderança em todos os setores da economia, até mesmo nos mais tradicionalmente comandado por homens, como seguros e tecnologia.
Segundo estudo da McKinsey em parceria com a Harvard Business School e o Boston Consulting Group, ter mulheres na liderança traz melhor performance dos profissionais, pois equipes diversas resolvem problemas e desafios complexos com mais facilidade, e isso gera inovação, pois ideias e experiências diferentes promovem um ambiente propício à criatividade e soluções inovadoras. Isto gera versatilidade.
Uma iniciativa global sem fins lucrativos promove o engajamento de mulheres inovadoras e empreendedoras com tecnologia. A Girls in Tech foi fundada em 2007 pela americana Adriana Gascoigne, a GIT está presente em mais de 18 países. No Brasil, a GIT foi lançada em 2013 em São Paulo, em 2015 no Rio de Janeiro e em 2019 no Rio Grande do Sul. As mulheres vêm crescendo no setor de tecnologia em várias áreas, desde Negócio, codificação, Banco de Dados, PMO e também em altos cargos executivos.
Um exemplo de liderança feminina do setor no Brasil é a Margarida de Fatima Veiga Afonso, conhecida como Guida, que construiu sua carreira na área de tecnologia, onde atua há 32 anos. No cargo de superintendente Executiva de Tecnologia no Banco Santander, ela conta que 18% da sua área é composta hoje por mulheres. “Cresci em uma função que as mulheres não gostam, que é a parte de codificação”.
Na visão de Guida, as mulheres não têm muito interesse por ciências exatas, se sentem menos habilitadas. Mas eu tenho um olhar oposto. Algumas profissões de exatas são comandadas por mulheres, como Arquitetura e Estatística. Acredito também que cada pessoa possui suas afinidades com determinadas habilidades e competências, mas, nada impede que novas aptidões sejam desenvolvidas ao longo de sua jornada profissional, para isto existe o aperfeiçoamento e capacitação para exercitar suas funções com maestria. As mulheres de TI são práticas, de personalidade e versáteis, e isso reflete a afinidade delas com a área de exatas.
Guida e eu observamos que está é “uma área extremamente bem remunerada, as oportunidades de mercado são enormes, tem muita oferta de trabalho, carência muito grande de pessoas especializadas”. O mercado é extremamente aquecido para quem opta por esta profissão. Assim como em qualquer área de atuação a ideologia do machismo é oriunda das raízes culturais da sociedade, mas acredito que o talento feminino sempre supera qualquer preconceito.
Para o sucesso nesta área, é necessário muita dedicação. Assim, como a Guida, sempre gostei muito de estudar, principalmente matemática, e me empenho com muito afinco em tudo que me proponho a aprender. Comprometida e sempre determinada em conseguir meus objetivos pessoais e profissionais, entendo que este foi o meu grande segredo, tendo como lema “Desistir jamais”.
Em outra ponta da carreira, iniciando sua jornada, acreditando e investindo, está a Gabrielle de Carvalho, que atua como analista de PMO aqui na Sistran Informática. Aos 21 anos, ela estuda Sistemas de Informação, na Uninove, e vislumbra um campo de promissoras possibilidades.
Para ela o machismo ainda não a confrontou. Quem sabe por pertencer a uma nova geração, e as coisas estarem evoluindo. “Sempre me interessei muito pela área, que tem grande potencial de crescimento, por influência familiar totalmente masculina, mas ser mulher nunca me pareceu um empecilho”, disse. Na classe dela hoje, último semestre de Sistemas de Informação, ao todo são 19 alunos e apenas 3 mulheres, e no início eram quase 60 e apenas 6 mulheres.
No entanto, a jovem percebe a importância da atuação feminina, até mesmo na Sistran. “Tive a oportunidade de estagiar em um Escritório de Projetos com duas mulheres incríveis com quem aprendi muito e continuo aprendendo dia após dia. Na Sistran, mesmo a maioria sendo homens, vemos mulheres em cargos de liderança e de muita responsabilidade e isso é realmente revigorante”.
Minha experiência profissional iniciou a há 25 anos, quando hoje sou Bacharel em Análise de sistemas, com Pós-graduação e MBA em Gestão de Projetos, e sempre fazendo muitos cursos de atualização e inovação. Percorri uma trajetória de codificação, gestão de projetos e hoje atuo como Diretora Técnica.
Por mais que tenhamos alguma dificuldade de encontrar profissionais femininas no setor, a Sistran se empenha em abrir as portas para as mulheres, tanto que hoje temos mulheres em todas as áreas, desde a Negócio, codificação, certificação, DBA, PMO, Gestão e, também no nível executivo, como eu.
O mundo de TI muda muito rapidamente e as pessoas precisam se adaptar às mudanças. As mulheres, com sua sensibilidade, racionalidade e responsabilidade, estão mais propensas a se adaptar e ajudar na mudança daqueles que estão ao seu redor gerando assim a inovação.
Fonte: Thaís Ruco/Ruco Comunicação