Com gestão compartilhada, startups fortalecem a colaboração e a cultura da inovação
Cada vez mais as grandes corporações, mesmo aquelas consideradas mais tradicionais, estão se conectando e até se espelhando em startups. Esse movimento, que deixou de ser apenas uma tendência, ocorre porque estas últimas conseguem se mover e engajar todo o ecossistema em torno do negócio de forma rápida, o que facilita a cultura da inovação.
Além da agilidade para inovar e da utilização de tecnologias avançadas para escalar o negócio rapidamente, as startups conseguem ser eficientes pela forma que conduzem seus negócios. Na gestão compartilhada, muito utilizada por essas empresas, os líderes deixam de ser os únicos a decidir. Os colaboradores passam a ter voz para dar sugestões e a fazer parte da tomada de decisão. Nesse modelo de administração, as contribuições da equipe são valorizadas e, desta forma, é estabelecida uma cultura que estimula a inovação.
A Mutual é uma fintech (startup de tecnologia voltada para serviços financeiros) de empréstimo entre pessoas, que adota a gestão compartilhada desde 2018, quando foi começou a operar. Todas as decisões de negócio são tomadas por um comitê de liderança formado pelo CEO e mais 4 diretores. Todos têm o papel de engajar os seus times para que participem ativamente da gestão e opinem.
“Essa liberdade gera um sentimento de pertencimento e motiva os funcionários a realmente vestirem a camisa da empresa”, destaca Leonardo Rebitte, CEO da Mutual. Recentemente, uma ideia de um colaborador implantada pela fintech aumentou em 40% o ticket médio de investidores (quem empresta dinheiro) no aplicativo.
Outro exemplo de sucesso é o da Comprovei, startup de tecnologia para logística. Com cerca de 20 funcionários, o CEO e os 3 diretores se reúnem toda sexta-feira com os funcionários. A pauta é ouvir novas ideias sobre como os produtos, processos internos e até o relacionamento com os clientes podem ser cada vez mais eficientes.
No dia a dia da Comprovei, os funcionários são encorajados a dar suas opiniões e a não ter medo de errar, mesmo que suas sugestões não sejam adotadas ou que alguma outra ideia sugerida anteriormente não tenha dado certo após ser utilizada ou testada. “Além do maior engajamento para resolver desafios do negócio, com a gestão compartilhada, também zeramos o turnover e conseguimos reter nossos talentos, mesmo não estando em um grande centro econômico”, orgulha-se Halley Takano, CEO da Comprovei, que está sediada em Itajubá, cidade da região sul de Minas Gerais.
Tecnologia como facilitadora
Foi pensando em facilitar a adoção da cultura colaborativa nas empresas que a startup Waggl Brasil trouxe para o Brasil uma plataforma digital que coleta opiniões de funcionários e pessoas de fora da companhia, de forma anônima, para levantar ideias e possíveis soluções de desafios de negócio ou até mesmo para os gestores entenderem o que esses públicos de interesse pensam e sentem.
“A plataforma promove um ambiente colaborativo, no qual as opiniões das pessoas são incentivadas e valorizadas, aumentando o sentimento de pertencimento e o engajamento. As informações capturadas, por sua vez, embasam as tomadas de decisão da liderança”, afirma Kiko Campos, gerente geral da Waggl Brasil.