Livro usa narrativas reais para mapear riscos psicossociais

A partir de janeiro de 2026, a gestão de riscos ocupacionais (GRO) no Brasil entra em uma nova fase de maturidade com a exigência cada vez mais rigorosa da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) sobre os riscos psicossociais. As empresas não poderão mais ignorar fatores como estresse, assédio e sobrecarga mental em seus mapas de risco.
 
É neste contexto de “compliance da saúde mental” que foi realizado, em 13 de novembro, o pré-lançamento de “A Cor Dar”, obra da escritora e especialista em comportamento humano Ana Winckler. O livro chega oficialmente ao mercado em janeiro de 2026 com a proposta de usar casos reais de personagens com nomes fictícios para ajudar líderes a identificar padrões de exaustão antes que eles apareçam nos números do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O livro traduz em narrativa o que os dados oficiais já mostram ser uma epidemia corporativa. Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de Burnout. “Quando cruzamos esse dado com as diretrizes do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) do Ministério do Trabalho, fica claro que a cultura de alta performance sem gestão emocional tornou-se insustentável e juridicamente perigosa”, afirma Winckler.

A ficção como ferramenta de diagnóstico para a NR-1

Diferente de manuais técnicos áridos, Winckler propõe a literatura como ferramenta de gestão e treinamento. A obra narra a trajetória de perfis corporativos comuns — como a “Heroína Exausta” e a “Salvadora do Time” —, personificando os riscos psicossociais descritos na lei.

“Para cumprir a NR-1 e as tendências globais apontadas pela Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre violência e assédio, o RH precisa ir além da pesquisa de clima. Precisa entender a ‘alma’ da cultura organizacional. O livro permite que o gestor olhe para uma personagem e diga: ‘Eu tenho alguém assim na minha equipe prestes a colapsar’”, explica a autora.

Ana sugere que a resposta está nos arquétipos comportamentais. A grande dificuldade das empresas é mensurar elementos subjetivos exigidos pela norma, como “intensidade do trabalho” ou “exigência emocional”. É aqui que entram os arquétipos comportamentais, conceito central do livro.

“Quando a lei fala em risco psicossocial, ela está falando, por exemplo, da ‘Sombra da Estrategista’ que descrevo no livro: a profissional que, para performar, anula suas necessidades básicas. Se a empresa premia esse comportamento tóxico em vez de tratá-lo, ela está produzindo passivo trabalhista e indo na contramão das melhores práticas de ESG”, alerta.

Lançamento estratégico no Janeiro Branco

Ana Winckler, que atua na intersecção entre a psicologia e o mundo corporativo, usou a observação clínica e empresarial para compor a obra. O pré-lançamento de novembro reuniu lideranças que analisam as novas normativas.

O lançamento oficial de “A Cor Dar” está marcado para janeiro de 2026, abordando temas do Janeiro Branco — mês de conscientização sobre saúde mental — e coincidindo com o início do calendário fiscal, momento em que comitês de ética e departamentos de Segurança do Trabalho revisam suas políticas de prevenção.

Ana Winckler é escritora, especialista em comportamento humano e estrategista de liderança. Atua há mais de uma década apoiando organizações e executivos na construção de culturas mais saudáveis, com passagens por grandes empresas, consultorias e pelo desenvolvimento de metodologias próprias, como a Mentoria Prismática. Na literatura, transforma arquétipos e narrativas corporativas em instrumentos de diagnóstico emocional e reflexão profunda. “A Cor Dar” é sua obra de estreia.

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