Discriminação de gênero não combina com democracia
Chegamos a 2022! Um ano em que teremos eleições para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
O Brasil precisa superar o cenário da sub-representação das mulheres na política, pois alcançar esse nível aumenta a qualidade da democracia representativa.
O eleitorado é composto por 52,50% de mulheres. Apesar da predominância no direito de votar, esse fictício poder de conduzir os rumos políticos do país não se traduz em mandatos eletivos para as mulheres.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral-TSE nas últimas eleições municipais (2020) do total de 557 mil candidaturas em todo Brasil, pouco mais de 187 mil, ou seja, apenas 33,6% , foram de mulheres, tendo
sido eleitas 9 mil para cargos de prefeita, vice-prefeitas e vereadoras. É fato que o percentual de candidaturas de mulheres supera o cumprimentos da cota exigida (30%), mas está longe do potencial de representatividade que
nós mulheres temos.
Nesse sentido, é importante contribuirmos para a plena participação das mulheres na política e pela igualdade de oportunidades por mais mulheres nos espaços de discussão coletiva e de tomada de decisão.
Nas eleições de 2022 vamos fazer a diferença tornar palco do protagonismo feminino e colocar a nossa voz a serviço da democracia.
Por que é importante eleger mulheres?
Sabemos que nós mulheres temos uma percepção aguçada para diversos temas, principalmente, aqueles que se referem a nós, fator que é essencial para a construção de políticas públicas, cuja discussão não pode
ser terceirizada ou delegada a quem não possui a mesma percepção das dificuldades e dos desafios que enfrentam no dia a dia.
Relacionamos algumas razões pelas quais é importante eleger mulheres:
Representatividade feminina na política se reflete em políticas públicas para as mulheres;
Fortalecer políticas públicas destinadas às mulheres;
Propor ações de segurança pública que considerem o contexto de vida das mulheres;
Avançar nas políticas para as mulheres sobre economia, infraestrutura, saúde, educação, creche e transporte, trabalho, independência econômica, planejamento familiar, equiparação salarial, licença-maternidade/ paternidade, entre outros;
Promover melhores condições de trabalho, acesso à renda e equilíbrio trabalho-família;
Garantir a valorização das mães no mercado de trabalho, resguardando seus cargos e empregos após a licença maternidade;
Desenvolver políticas que estimulem a capacitação profissional das mulheres;
Incentivar a trajetória estudantil de mulheres e meninas com vistas a reduzir desigualdades nas carreiras e profissões;
Implementar ações de combate ao assédio a qualquer discriminação contra mulheres, respeitando todas as suas especificidades;
Desenvolver e fortalecer políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, especialmente a violência política;
Fortalecer políticas de combate ao tráfico, exploração sexual e submissão à condição análoga de escrava;
Desenvolver a cultura de respeito e valorização das mulheres em todos os âmbitos da sociedade;
Ampliar implantação e fortalecer os Centros Especializados de Atendimento e Casas Abrigo às mulheres em situação de violência e abuso em todas as idades;
Propor a integração entre as políticas públicas de proteção à mulher, o combate à homofobia e à promoção da cidadania LGBTQIAP+;
Desenvolver estratégias para o aumento da representação feminina na política.
Fonte: NCST – Nova Central Sindical