Condições para financiar imóveis mudaram após alta nos juros

São Paulo 20/7/2021 –

Especialista em crédito imobiliário orienta consumidor a ficar atento, não apenas aos juros nominais, mas a questões como valor do seguro

O aumento na taxa Selic, que vem sendo promovido desde o início do ano pelo Banco Central, começa, finalmente, a chegar na ponta do consumidor no crédito imobiliário, com algumas instituições elevando suas taxas em um movimento que, embora seja lento e discreto, pode não terminar tão cedo. Diante disso, o cliente que está querendo apressar o negócio na compra de umimóvel, esperando evitar pegar o momento mais agudo dessa alta, deve comparar as taxas das instituições, levando em consideração, inclusive, questões como seguro e outras taxas.

É o que recomenda a advogada Daniele Akamine, da Akamines Advogados que, entre outras áreas, atua com portabilidade de crédito imobiliário – migração de uma instituição para outra.

Akamine realizou uma simulação de financiamentos com as taxas das instituições – dados julho. A avaliação considera um imóvel de R$ 800 mil, tendo como entrada R$ 300 mil – sendo os R$ 500 mil financiados, tabela SAC e pagamento em 360 parcelas mensais.

Ela observa, por exemplo, que, o chamado Seguro MIP (cobertura por Morte e Invalidez Permanente), mais elevado na Caixa, faz com que o valor total a ser pago no banco estatal (R$ 1,15 milhão) seja mais alto que no Santander (R$ 1,13 milhão), mesmo considerando que este último possui juros nominais mais altos — 7,99% ao ano contra 7,60% na Caixa. “Como se trata, em muitos casos, do bem de maior valor que a pessoa irá adquirir na vida, é importante dar atenção a todos os detalhes e custos envolvidos. Uma pequena diferença pode representar uma enorme economia ou gasto extra no longo prazo, coisa de dezenas, até centenas de milhares de reais”, explica.

Independentemente das diferenças de custos, Daniele acredita que o atual momento ainda seja indicado para quem quer adquirir um imóvel, considerando os juros ainda baixos e o fato da totalidade dos custos decorrentes da alta do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) ainda não ter sido repassada para os empreendimentos. “O momento ainda é pró-consumidor, basta ficar atento às condições”.

Website: http://akamines.com.br/