Arie Halpern: Low Carbon Factories (ou Indústria de Baixo Carbono)

23/4/2021 – A indústria de baixo carbono é uma tendência emergente para pavimentar o caminho para um futuro sustentável

Indústria de baixo carbono muda as práticas de negócios e a mentalidade de todos para reduzir o impacto da produção no planeta.

A ameaça das mudanças climáticas é inegável, assim como o efeito dela no planeta e nos recursos de que a sociedade dispõe e depende. E um dos maiores paradoxos que se enfrenta é como conseguir continuar a crescer e a produzir tudo o que as pessoas precisam, sem prejudicar o ambiente e esgotar o planeta.

A indústria de baixo carbono ou verde é uma tendência emergente para pavimentar o caminho para um futuro sustentável, que aborda os desafios ambientais de forma sistêmica. Ela contempla mudanças nas práticas de negócios e de produção, assim como na mentalidade de todos os envolvidos (e afetados), com o objetivo de reduzir o impacto da atividade industrial nos recursos naturais e no clima.

A Quarta Revolução Industrial e a Internet das coisas industrial (IIoT) trazem oportunidades para a inovação em processos e no desenvolvimento de materiais sustentáveis ​​e ecologicamente corretos, para a descarbonização da energia, para as pessoas fazerem mais com menos, aumentando o ciclo de vida dos produtos e reduzindo a geração de resíduos e lixo.

Existe diante da população um enorme potencial para substituir materiais intensivos em carbono por outros menos poluentes em vários setores. Também é possível melhorar os sistemas de processamento de materiais, usando materiais eletrônicos mais verdes, como biomateriais, inclusive nas embalagens, reduzindo não só o uso de substâncias químicas, mas também de água.

Descarbonizar a energia
Um dos maiores benefícios de uma abordagem de indústria verde é no campo da energia, a economia de energia. Um relatório da Comissão de Transições de Energia (ETC), intitulado “Missão Possível: zerar as emissões de carbono nos setores mais desafiadores”, afirma que é possível atingir essa meta até meados deste século.

O relatório apresenta os caminhos possíveis para descarbonizar totalmente a produção de cimento, aço, plástico, transporte rodoviário, aéreo e marítimo, setores que juntos respondem por 30% das emissões de energia. Percentual que pode dobrar em pouco tempo à medida em que outros setores reduzam suas emissões.

Economia circular
Mas a indústria verde não se encerra nela mesma. Ela vai muito além de incentivar a produção de materiais altamente tecnológicos e processos de eficiência energética. Os princípios precisam ir além das paredes das fábricas. Atualmente, os produtos seguem um caminho linear. São feitos, comercializados, usados e jogados fora. Esse caminho precisa mudar.

A trajetória dos bens e produtos precisa seguir os mesmos princípios da produção verde, de forma a aumentar a vida útil e reduzir resíduos. É preciso fazer uma transição do tradicional caminho linear para o circular.

Já não bastam os 3R de reduzir, reutilizar e reciclar. A eles é preciso juntar mais 2R: reparar e reformar, otimizando o uso dos recursos. Assim, a sociedade chegará não só a uma realidade zero emissão de carbono, mas também de zero aterros e depósitos de lixo.

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