Depressão e ansiedade são fatores de risco para o suicídio
Hoje, 10 de setembro, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O tema ainda é pouco debatido na sociedade, quando deveria ser assunto de saúde pública.
Várias campanhas mundiais de prevenção ao suicídio, especialmente na última década, têm proporcionado a ampliação deste debate nas escolas, hospitais e imprensa em geral.
Há alguns anos, o ator Robin Williams tirou a própria vida. Quando isso aconteceu, muitas pessoas não entenderam o ato, até condenando. As pessoas não compreenderam que sucesso profissional e equilíbrio emocional não andam, sistematicamente, juntos. O suicídio quando ocorre com uma pessoa famosa, o ato impacta emocionalmente num maior grupo de pessoas.
Existem as pessoas anônimas sadias emocionalmente, mas quando entram no mercado de trabalho adquirem transtornos emocionais. A maioria é observada com desconfiança, como se fosse “frescura”.
A Pfizer, em parceria com a Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e Upjohn iniciou em setembro várias ações para debater o tema do suicídio, considerando as suas causas mais comuns: depressão e ansiedade.
Para os especialistas, a depressão e a ansiedade aparecem como fatores importantes para uma pessoa acabar com a própria vida.
Vídeo da campanha Primavera Digital:
Depressão e ansiedade nas empresas
Um dos especialistas que auxiliou na campanha da Pfizer, o psiquiatra Michel Haddad, profissional do Iamspe e pesquisador na Unifesp, esclarece que ambientes de trabalho com muita cobrança, tensão, insegurança com relação à manutenção do emprego e com baixo reconhecimento da atividade laboral são locais propícios para produzir transtornos nos funcionários, como a ansiedade ou a depressão.
No setor público, para o psiquiatra Michel Haddad, os profissionais da saúde, inclusive pela pandemia, são os mais vulneráveis. Os enfermeiros em maior incidência, médicos, assistentes sociais e outros. “As jornadas longas e exaustivas, pressão, medo e baixo salário podem produzir esses transtornos”.
O especialista inclui na lista dos profissionais vulneráveis para desenvolver o transtorno da depressão ou da ansiedade o professor, o policial e o bombeiro.
Outro profissional que se encontra no topo dos vulneráveis são os garçons, que também passam por jornadas longas e cansativas, insatisfação dos clientes, baixa remuneração, cobranças intensas e pouco reconhecimento.
A consequência do não tratamento pode ser o suicídio. “No mundo, o suicídio é a segunda causa de morte de jovens entre 15 a 19 anos. Existe um alto índice entre os idosos, com mais de 70 anos, chamado de suicídio silencioso, ainda com poucas pesquisas, mas que deve ser observado com atenção”, completa Michel Haddad.
“Um suicídio impacta a vida de pelo menos seis pessoas de uma família”, informa a psicóloga do IFSC/USP, Bárbara Kolstock Monteiro. “É uma perda emocional muito profunda, que vai gerar outros transtornos emocionais”.
“Em 2020, com a pandemia, aumentou o adoecimento emocional. As pessoas que querem se matar falam sobre, comentam que estão com essa vontade. É preciso ouvir e agir. Tentar ajudar ou encaminhar, por exemplo, para o CVV (188) ou para um médico”.
Ajuda profissional
Existem poucas empresas com departamento médico para ajudar o funcionário. Quando existe um departamento, a pessoa tem medo de procurar ajuda e perder o emprego. Alguns passam por anos doentes, sofrendo no ambiente de trabalho e nas relações pessoais e familiares.
Confira alguns sites que podem orientar:
Campanha #NaDirecaodaVida #depressaosemtabu #ansiedadesemtabu
https://www.depressaosemtabu.com/
CVV – Centro de Valorização da Vida
https://www.cvv.org.br/ – Telefone 188
Colaborações: Assessoria de Comunicação da IFSC/USP, Jessie Costa CDN/Pfizer