Sem vacina e tratamento específico, higienização das mãos é a melhor forma de prevenção ao novo coronavírus
No Brasil, a classificação de risco subiu de “alerta” para “perigo iminente”
No dia 30 de janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública de interesse internacional as infecções pelo novo coronavírus. Um dia antes, o diretor-executivo do programa de emergências da organização, Michael Ryan, já havia afirmado que 2% dos casos de infecção confirmados até o momento resultaram em morte – o número equivale a 170 pessoas.
No Brasil, apesar de nenhum caso ter sido confirmado, o número de casos suspeitos tem leve aumento, um deles em Belo Horizonte. Com as suspeitas, o Ministério da Saúde elevou a classificação de risco de “alerta” para “perigo iminente”.
De acordo com o infectologista e diretor do Hospital Felício Rocho, Dr. Adelino de Melo Freire Júnior, o novo grau de risco indica a existência de suspeita real de infecção pelo coronavírus. “O próprio nome revela. O perigo iminente redobra a atenção do serviço de saúde. O poder público, por exemplo, cria centros de informações, com publicações praticamente diárias de dados”, afirma.
O balanço oficial sobre a doença, divulgado em 30 de janeiro, registrou 7.700 casos confirmados e 170 mortes na China, além de pacientes infectados na Alemanha, Austrália, Camboja, Canadá, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, EUA, Finlândia, França, Japão, Malásia, Nepal, Singapura, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã.
A nova mutação, também conhecida como 2019-nCoV, apareceu inicialmente em Wuhan, capital da província de Hubei, na China, e rapidamente se espalhou. As pessoas infectadas apresentam febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar.
Dr. Adelino explica que, apesar da falta de informações sobre o novo coronavírus, o Brasil conta com plano de contingência de doenças respiratórias agudas, criado, principalmente, devido à epidemia de Sars (outra variação do coronavírus), em 2002, e utilizado durante o surto de Mers, em 2012. O plano fornece orientações aos médicos que tiverem de tratar um paciente infectado.
“Quando houve o surto de Sars, a discussão sobre um plano maior começou a acontecer e um documento foi elaborado. Já tivemos a oportunidade de colocar isso a prova, mas é difícil dizer se estamos realmente preparados, até porque ninguém sabe ainda a dimensão que essa epidemia vai ter dessa vez”, pontua.
O médico ainda afirma que a prevenção deve ser feita por meio da higienização das mãos e aconselha que as pessoas evitem contato com pacientes infectados. Segundo Dr. Adelino, por mais que as medidas possam parecer ineficientes, são as mais eficazes, dada a situação atual, com falta de vacina e de tratamento específico para a doença.