Medo de falar em público prejudica evolução profissional

 

Na vida adulta, o medo de falar em público é interpretado como um dos maiores temores da humanidade. Até mesmo entre uma parcela populacional onde a desinibição é uma atividade recorrente, o incômodo de falar ao ser expectado por alguém persiste.

É o caso do público universitário. Ao menos é o que indica um estudo desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme apuração, existe alta prevalência de sintomas somáticos do medo de falar em público em universitários (59,7%).

Os sintomas somáticos mais frequentes apresentados neste estudo foram a respiração ofegante (95,6%) e taquicardia (64,7%). A maioria dos universitários se autoavaliaram negativamente e destacaram pontos que acreditam ser motivadores para a dificuldade em falar público. Como uma má sonoridade da voz (55,2%), baixa capacidade de influenciar o outro com o discurso (53,0%) e dificuldade em captar ou manter atenção do ouvinte (57,6%).

Diante de quadros como esses, uma dúvida recorrente é: como superar esse medo e falar em alta performance? O professor Rodrigo Moreira, fonoaudiólogo especialista em oratória, destaca que a prevalência desse estudo não enquadra somente aos universitários, mas a qualquer pessoa que enfrenta tal dificuldade.

“Percebo essa dificuldade do brasileiro em falar em público em comunidades muito distintas. Universitários, grandes empresários, alunos de ensino médio e até figuras políticas. Entendo que isso ocorre porque a autoimagem, a reputação ou os planos estarão em risco ao ser o centro das atenções. Essa realidade psicológica faz o corpo liberar os neurotransmissores do stress, que são a adrenalina e o cortisol, preparando o corpo para fugir, lutar ou congelar”, completa.

Para o Rodrigo, uma das formas que o corpo encontra de fugir da experiência de falar quando não está preparado é tendo o famoso “branco” antes da apresentação. Já a situação de falar lutando é aquela na qual o orador entra no palco se sentindo uma presa, com a cara fechada, encarando o público como sendo um predador, fala rápido e vai embora, não querendo nem saber depois o que aconteceu.

Em contrapartida, existem métodos para falar melhor. “É possível treinar técnicas de oratória para o comunicador transmitir sua mensagem com uma ótima expressão verbal, seja em público, seja com apenas uma pessoa, seja no mundo presencial, seja on-line com uma excelente linguagem corporal, um raciocínio bem organizado e um adequado gerenciamento das emoções. De maneira simples, é possível auxiliar uma pessoa a praticar o ‘falar em público’ através de dinâmicas filmadas e analisadas pelo professor. Dessa forma o aluno conseguirá identificar e eliminar suas dificuldades de oratória e fortalecer com consciência seus pontos fortes, realizando apresentações cada vez mais eficazes”, argumenta.

No fim das contas, Rodrigo assinala o quanto a boa oratória é essencial para o desenvolvimento não somente dos universitários dentro da academia, mas também em toda trajetória profissional. “Hoje em dia, com o mercado de trabalho tão competitivo e com os processos seletivos se faz necessária a diferenciação dos profissionais pelos detalhes e o desenvolvimento de habilidades cada vez mais específicas. Falar bem faz parte destes requisitos. O desenvolvimento da habilidade da comunicação profissional e oratória é algo que ocorre com o aprendizado de técnicas. Portanto, falar melhor é treino e, mesmo uma pessoa extrovertida, que a princípio diríamos possuir o dom da palavra, pode errar no uso da comunicação e precisa reparar isto”, finaliza.

Sobre Rodrigo Moreira

Fonoaudiólogo especializado em oratória, Rodrigo Moreira é fundador do Instituto Brasileiro de Oratória (IBRO) em 2017 e, antes disso, fundamentou o Método Falar Melhor com didática única, exclusiva e motivacional. Foram mais de 15 mil alunos treinados neste e em outros de seus cursos. Além disso, atua como Professor de Cursos de Extensão no ensino superior, ministra cursos de pós-graduação presenciais e online, em empresas juniores, em parcerias com diretórios acadêmicos e diversas outras empresas espalhadas pelo Brasil, além de ser formador de fonoaudiólogos para ensinar oratória.

 

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