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A ascensão das healthtechs no Brasil está transformando a atenção à saúde

São Paulo 25/11/2021 –

Neste ano foram firmadas 80 transações no setor de saúde, correspondendo a um expressivo recorde no mercado de capitais

No dia 23 de novembro de 2021, a Brazil-Florida Business Council, Inc., organização sem fins lucrativos que fomenta o comércio bilateral entre o Brasil e a Flórida, realizou o webinar “Fórum de Inovação Brasil-Flórida Painel 1: A ascensão das tecnologias de saúde no Brasil: transformando o espaço digital de saúde”. O encontro online contou com o apoio da Duff & Phelps, uma empresa do grupo Kroll, membro patrocinador da BFBC.

Alexandre Pierantoni (Diretor Administrativo, Chefe de Finanças Corporativas do Brasil da Duff & Phelps – Kroll Business) foi o moderador do evento. As discussões contaram com as ponderações de: Guilherme Weigert (CEO & Cofundador da Conexa Saúde); Flávio Takaoka (Fundador e Presidente do Conselho da Takaoka Anestesia e Membro do Conselho Médico da Alice e Fin-X); Martin Nelzow (Fundador e CEO da RX PRO); Fabio Tabalipa (Sócio e Chefe de Inteligência Clínica da Memed) e Gustavo Araújo (Cofundador e CEO da Distrito).

Ao introduzir os debates, Sueli Bonaparte, presidente da Brazil-Florida, reforçou que o objetivo da organização é sempre reunir representantes de diversos setores para ouvir insights e tendências de investimento.

Transformação Tecnológica da Saúde

De acordo com Alexandre Pierantoni, da Duff & Phelps, a pandemia do novo coronavírus provocou uma reestruturação na área da saúde, antecipou de forma brusca novas demandas e acelerou transformações tecnológicas. Houve um recorde de captações para as startups de healthcare.

Para Gustavo Araújo, da Distrito, o setor é dominado 30% por healthtechs. Trata-se do terceiro maior setor em tecnologia para saúde. “É um setor que vive uma década de crescimento acelerado, estimulando interesse de fundos de investimentos e de entrada de capital”, afirmou.

Em relação à regulação, um aspecto interessante, destacado por Guilherme Weigert, da Conexa Saúde, é que sempre há antes uma discussão sobre a relação com o usuário e usabilidade dos sistemas, depois vem a preocupação com a regulamentação. “Com a pandemia e a necessidade de atendimentos online, os aspectos relacionados à telemedicina foram melhor desenhados por conta da experiência e prática no âmbito digital que se ganhou nesse período”, pontuou.

Ainda sobre a questão da regulação das healthtechs, Fabio Tabalipa, da Memed, relatou que tem visto “um movimento favorável para a regulamentação da telemedicina, que há quase duas décadas não progredia”, detalhou Fabio.

Para a Takaoka Anestesia, uma empresa com 109 anos de existência, está sendo um desafio se reinventar. Porém, seu fundador e presidente, Flávio Takaoka, registrou que a inovação veio para melhorar a experiência dos prestadores de serviços de saúde. “É preciso valorizar os benefícios da tecnologia para a relação e compromisso do médico com o paciente”, salientou.

Segundo Martin Nelzow, da RX PRO, “o mercado de saúde é de R$ 1 trilhão. Envolve formadores, indústria farmacêutica, equipamentos, prestadores e serviços. É um sistema gigantesco, com profundas assimetrias. O ecossistema é grande porque tem muita ineficiência. São várias soluções conectadas entre si”, sinalizou Martin.

Com três anos e meio de existência, a RX PRO conecta a indústria farmacêutica diretamente com o médico. “Por ano, são mais de mil produtos novos lançados pela indústria farmacêutica, tornando impossível para o médico aprender sobre todos eles. Nós levamos essas informações para ele, ajudando no tratamento e adesão do paciente. Acompanhamos o médico em toda a sua jornada”, completou.

Investimentos

Mas de onde vêm os recursos para o investimento em healthtechs?

Gustavo frisou que hoje o mercado é diferente, os empreendedores têm vida mais fácil do que há cinco anos. “Faz um ano que a IPO é uma possibilidade para as startups, isso retroalimenta o setor. E temos visto um apetite muito grande das corporações para investir em startups de saúde”, reportou o CEO da Distrato.

“Esses recursos inclusive estão disponíveis na iniciativa privada, mais disposta a se expor a riscos”, acrescentou Alexandre Pierantoni.

Questionados sobre os próximos passos para a tecnologia e digitalização da saúde, os palestrantes apontaram grande potencial e esperança de melhoria no cuidado com o paciente.

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