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Servidores Públicos voltam a ser vigiados?

A notícia sobre a lista de 579 servidores federais monitorados pelo Ministério da Justiça foi publicada pelo Portal G1, em 27 de julho. Imediatamente entidades, que representam os servidores públicos, se manifestaram contra esse “dossiê” ou “relatório”.  Segundo o Portal G1, estes servidores são da área da segurança e integram movimentos antifascismo.

No mesmo dia, o Ministério Público Federal pediu esclarecimentos e o assunto foi repercutido nos principais meios de comunicação.  A tal lista sugeria que os servidores desagradariam o governo federal e grupos de extrema direita.

É preciso direcionar outra luz neste tema, que é a questão do fascismo. O Brasil tem como regime a Democracia e não precisaria ter movimentos antifascistas (em tese). O que incomoda o governo, como patrão, se seus servidores lutam pela democracia?

Há neste movimento de “perseguição” aos servidores algo muito estranho, que as instituições precisam manter os olhos bem abertos.  Na realidade do servidor público, a perseguição política, de gênero ou raça sempre ocorreu. Existem relatos em todas as esferas de poder e áreas de trabalho (Educação, Saúde, Segurança Pública etc).

Quando o ano é de eleição, a situação do servidor sempre piora.  O temor de uma exoneração sem justa causa ou processo administrativo é comum na classe.

De qualquer forma, nos setores público ou privado, quem trabalha se sente oprimido quando surgem alguns temas, especialmente os políticos. O trabalhador, de forma geral, para manter seu emprego, tem usado suas as redes socais para postar mensagens de “bom dia”, “natureza”, “receita culinária” entre outros temas neutros. É uma tentativa de não ser alvo de lista de direita ou de esquerda.  

Para o Brasil amadurecer como sociedade, os servidores públicos ou os trabalhadores da iniciativa privada precisam compreender que suas opiniões são livres e bem-vindas. O que não é aceitável são manifestações de ódio, desinformação, violência ou calúnia.

Autora: Maristela Ajalla, jornalista, pós-graduada em Multimeios.

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