Segundo informações divulgadas na Exame, pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), 48% das redes já operam em municípios com menos de 500 mil habitantes, e o número de unidades fora das capitais cresceu 12% em 2024. A expansão revela uma mudança estratégica no setor: cidades pequenas e médias deixaram de ser coadjuvantes e se tornaram prioridade para franqueadoras que buscam diversificar mercados e ampliar sua capilaridade.
Para Bruno Mendonça, empresário e franqueador, esse avanço é impulsionado principalmente por dois fatores: o custo operacional mais baixo, que reduz barreiras de entrada, e a demanda crescente por serviços profissionais que antes se concentravam nas metrópoles.
Um exemplo é a Voilà Realizações, rede especializada na locação do equipamento Espelho Mágico, utilizado para gerar experiências interativas em eventos sociais, corporativos e celebrações diversas.
Bruno explica que, para o franqueado, o modelo é pensado para ser simples, prático e altamente escalável. O investimento inclui tanto a taxa de franquia quanto o equipamento completo, permitindo iniciar o trabalho imediatamente após a capacitação.
"Quando analisamos o modelo de negócio da Voilà, observamos que o diferencial está na combinação entre praticidade operacional e a possibilidade de manter padrões consistentes de entrega", explica Bruno. Ainda segundo ele, o modelo foi pensado justamente para atender a um mercado aquecido, especialmente em cidades menores, onde festas e cerimônias movimentam a economia local e têm forte apelo cultural.
Além da demanda crescente, a rentabilidade chama atenção. De acordo com Bruno, o retorno costuma ser rápido, mesmo para quem opera em regime parcial. "O desenho da operação, mais enxuto e com equipe reduzida, permite que o franqueado concilie a atividade com outros compromissos profissionais ou utilize o negócio como porta de entrada para o segmento de experiências em eventos", observa.
Outro fator que contribui para a praticidade da Voilà é a facilidade de implantação. Como não exige ponto comercial, grandes estruturas ou estoque, o modelo se encaixa perfeitamente nas necessidades de empreendedores que buscam iniciar um negócio com investimento reduzido, fator especialmente relevante em cidades do interior. "O modelo de microfranquia tem ganhado força nos últimos anos, impulsionado por pessoas que saíram do CLT em busca de realização pessoal. Esse movimento é ainda mais visível fora das capitais, onde o custo de vida é menor, a concorrência é mais diluída e há espaço para negócios mais enxutos", conclui Mendonça.