Especialista explica como evitar o superendividamento

O superendividamento tem se tornado uma questão cada vez mais preocupante no Brasil. De acordo com o Relatório de Inclusão Financeira a inadimplência, monitorada pelo Serasa, já alcança 66 milhões de indivíduos, segundo dados de setembro de 2022. O aumento no acesso a cartões de crédito é um fator importante: atualmente, 73% das classes C, D e E possuem pelo menos um cartão, sendo que 41% detêm dois ou mais, revelando o impacto desses novos participantes no mercado.

A digitalização do setor financeiro trouxe inovações que têm facilitado a rotina dos consumidores. Bancos tradicionais, fintechs e plataformas digitais agora oferecem uma variedade de produtos financeiros com processos mais ágeis e menos burocráticos. Contudo, essa democratização do crédito também gera riscos. A rapidez na aprovação de empréstimos, muitas vezes sem uma avaliação criteriosa da capacidade de pagamento, expõe os consumidores a perigos consideráveis de crédito fácil.

“As plataformas digitais tendem a transformar o acesso ao crédito, sendo inclusivas, mas é essencial que também sejam usadas para educar e proteger o consumidor, evitando o superendividamento”, observa Mirela Francabandiera, CFO da Fidúcia SCM , uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil, que apoia diferentes ecossistemas financeiros.

A especialista pontua que o superendividamento surge quando o consumidor contrai dívidas que ultrapassam sua capacidade de quitação, comprometendo até mesmo o básico para sua sobrevivência. “Diversos fatores colaboram para essa situação, como a ausência de educação financeira e campanhas publicitárias agressivas que estimulam o consumo imediato com promessas de condições aparentemente vantajosas”, comenta.

Mirela Francabandiera observa que nesse cenário, as ferramentas digitais surgem como aliadas na promoção de um crédito mais responsável, oferecendo meios para que os consumidores tomem decisões de forma mais seguras com transparência, controle e acessibilidade na gestão. “Essas ferramentas também fornecem informações detalhadas como taxas de juros, prazos de pagamento e condições de crédito, facilitando a comparação entre ofertas e permitindo que o consumidor escolha a mais adequada às suas necessidades”, explica.

Outro ponto positivo, segundo a especialista da Fidúcia SCM, é que muitas fintechs e bancos digitais integram ferramentas de educação financeira em seus aplicativos, como calculadoras de orçamento, simuladores de crédito e alertas de vencimento. Esses recursos costumam ajudar os usuários a visualizar e a planejar melhor seus gastos. E, ainda, o uso de inteligência artificial na análise de crédito com uma avaliação rigorosa da capacidade de pagamento antes de aprovar empréstimos tende a reduzir o risco de concessão irresponsável.

“A digitalização do setor financeiro oferece benefícios, e cabe aos consumidores adotarem uma gestão financeira responsável para evitar o endividamento excessivo e manter o equilíbrio financeiro”, conclui.

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