Autismo

Clínica Mundo Neuropsi: propósito, valores e missão

A Psicóloga Patrícia conta sua história de vida, que a motivou a trabalhar com crianças dentro do espectro autista

Unidas por um propósito de vida, ao descobrirem que ambas tinham filhos atípicos, Rosângela e Patrícia resolveram ter uma breve conversa quando cursavam Psicologia. Uma tem filho com TDAH e a outra com uma filha autista. “Olha, quem sabe ainda montamos juntas uma clínica para crianças” – foi o comentário de Patrícia, mas de início Rosângela não levou a sério.

Depois de sete anos desse ocorrido, retomaram contato. Rosângela precisava de uma parceira para montar um projeto para crianças com transtornos do neurodesenvolvimento e se lembrou da colega. No mesmo ano, em novembro de 2021, começaram a sociedade.

Nasce em janeiro de 2022 o empreendimento da Clínica Mundo Neuropsi, administrar, atender, treinar os colaboradores, supervisionar e criar processos foram alguns dos desafios. O foco principal são os transtornos do neurodesenvolvimento, principalmente TDAH e Autismo. Muito disso vem da luta das mães de crianças neurotípicas: dificuldades para se chegar ao diagnóstico, na inclusão escolar, na socialização, preconceito, luto, etc.

Patricia quis ser psicóloga desde os 7 anos de idade. Nunca desistiu ou optou por outra profissão. Aos 19 anos, entrou na Universidade Presbiteriana Mackenzie, período em que pensava até em trabalhar com adultos na área da psicanálise. No entanto, outra causa a escolheu; aos 35 anos, quando sua filha nasceu, foi diagnosticada com autismo em uma época em que as informações sobre a doença não existiam como hoje. Desde os primeiros meses, a mãe já havia percebido alguns sinais, e logo começou a difícil jornada atrás do diagnóstico. Somente por volta dos 5 anos Patrícia conseguiu a certeza de saber o que era.

“Quando você tem uma criança com autismo, você aprende a valorizar as pequenas coisas que antes não se importava”. A psicóloga explicou que parece um “passe de mágica” quando o seu filho fala e come sozinho, mas na verdade tudo isso é muito complexo para uma criança com autismo. Por isso, cada palavra e cada evolução escolar é uma alegria muito grande.
Patrícia diz que existem vários tipos de autismo e que os sinais podem variar. Até os 2 anos, as crianças seguem todos os marcos do desenvolvimento socioemocional. A partir dessa idade, algumas começam a ter uma regressão do seu desenvolvimento, a não atender quando chamada pelo nome, andam na ponta dos pés, começam a enfileirar objetos, apresentam indícios de desintegração sensorial, tapam os ouvidos diante de alguns barulhos. Esses são alguns dos sinais de autismo.

A psicóloga afirma que o principal sinal que os pais vão notar nas crianças é o atraso da fala e o primeiro profissional que ela indica é um psiquiatra, que solicitará exames para descartar hipóteses orgânicas. Esse profissional é o que estuda o desenvolvimento humano infantil a partir da construção cognitiva da criança.

O psicólogo, por sua vez, pode fazer avaliações e levantar os marcos cognitivo emocionais que não estão dentro do esperado para a idade. Com a avaliação neuropsicológica bem feita, os serviços para outros profissionais podem ser encaminhados.

“Essas crianças são as melhores pessoas que eu já conheci aos meus 51 anos”. Patrícia comentou que se sente muito privilegiada em trabalhar com os autistas, justamente por serem pessoas “sem maldade”. O que lhe empolga e faz seguir seu trabalho com muita felicidade é ver uma criança evoluindo, e junto a isso, os seus pais orgulhosos em acompanharem cada passo.

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