Brasília – DF 2/8/2021 –
Diante de mais de um ano de pandemia, estudos buscam mapear sequelas da COVID-19 relacionadas a transtornos mentais
Um estudo transversal realizado em hospitais de Cleveland, nos Estados Unidos, entre os meses de março e agosto de 2020, constatou que ao menos 57% dos acometidos pela COVID-19 desenvolveram transtornos mentais. Os cientistas responsáveis pelo estudo afirmaram que ainda não está claro como o vírus é capaz de impactar a saúde mental dos pacientes. Entre os mais recorrentes, estão: depressão (42%), TEPT – Estresse pós-traumático (34%) e transtornos ansiosos (24%), além disso, algumas pessoas tiveram o desenvolvimento de derrame e demência, que estariam relacionados aos casos graves da doença.
O estudo não só avaliou a ocorrência do problema após o contato com o vírus, como revisitou históricos médicos para encontrar padrões: o resultado apontou que os problemas são mais comuns naqueles que já enfrentaram algum transtorno antes. Ainda assim, 42% dos que desenvolveram algum tipo de reação não haviam tido nenhum tipo de contato com problemas psicológicos antes.
Saúde mental em pauta
Mais estudos foram realizados para entender quais são os reflexos da COVID-19 na saúde mental e sistema nervoso central. Pesquisadores da Universidade de Oxford observaram os registros médicos de mais de 62 mil infectados pelo novo Coronavírus entre janeiro e agosto do último ano. A constatação foi que, nos primeiros três meses após o teste positivo para COVID-19, 1 em cada 5 dos recuperados desenvolveu algum tipo de transtorno psiquiátrico e precisaram buscar atendimento especializado.
Doutor André Botelho, CRM/DF 22214, médico psiquiatra da Clínica Estância Resiliência, especializada em saúde mental e emocional, diz que o momento atual é delicado e de incertezas – e que situações assim podem ser mais difíceis de enfrentar para algumas pessoas.
“Vivemos em um contexto de medo e luto generalizado por um longo período, sustentados por quase 550.000 mortes. Conviver com a situação de uma pandemia é emocionalmente desafiador e é natural que quadros de estresse, depressão, ansiedade, dependência química e alcoólica e outros transtornos se desenvolvam ou sejam acentuados. E chama a atenção, às mudanças de comportamento que não podem ser ignoradas: Isolamento, falta de apetite ou compulsão alimentar, insônia, desejo de morte ou episódios de tentativa de autoextermínio, desânimo, irritabilidade e outros alterações de humor, indicam que é hora de buscar ajuda profissional. É preciso ter acompanhamento especializado para entender quais são as origens do sofrimento, e avaliar as melhores formas de tratamentos e condutas”, explica.
Cuidado que vai além
Os impactos emocionais da pandemia são reais – e, no Brasil, problemas relacionados à saúde mental, já são responsáveis pela terceira causa de afastamento segundo a Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. De acordo com a OMS, Organização Mundial da Saúde, 5,8% da população sofre com depressão. Além disso, 9,3% dos brasileiros apresentam sintomas de ansiedade.
Para atender este público, a Clínica Estância Resiliência desenvolveu, em seus mais de 7 anos de atuação, um protocolo que é aplicado de forma personalizada.
“Para termos um resultado efetivo e no mínimo de tempo necessário, quando há necessidade de internação, é necessário olharmos para cada paciente em sua individualidade. A nossa proposta de atenção em Saúde Mental e Emocional tem fundamento no pensamento humanista, com conduta e atenção que ultrapassam o âmbito clínico, considerando o paciente e seu sistema familiar e social no processo de reabilitação. Com uma postura empática, estabelecendo uma relação equipe de saúde/paciente horizontal, fortalecendo vínculos e comportamentos saudáveis, valorizando e desenvolvendo potenciais e propondo um novo projeto de vida. De forma que consigamos alcançar o que está por trás e as causas de seu sofrimento e intervir de forma específica e muito mais exitosa”, finaliza.
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