Como os líderes estão fortalecendo seus colaboradores na pandemia

São Paulo, SP 25/3/2021 –

São vários os desafios enfrentados quando o assunto é liderança em tempos de crise. Mesmo assim, ser um bom líder significa passar mensagens de motivação também em momentos atribulados

Empresas necessitaram se adaptar rapidamente a esse novo paradigma de várias formas, por exemplo, providenciando aparato tecnológico, migrando do regime presencial para o home office, promovendo recrutamento e seleção online e, também, colocando em prática novas formas de lidar e de motivar seus colaboradores.

A Covid-19 e a saúde mental no trabalho

“A pandemia nos trouxe uma série de situações inusitadas. Com isso, a necessidade de adaptações e mudanças foi crescente. Sabemos que a mudança traz consigo outras questões, impactando diretamente nas equipes, tais como: insegurança, maiores índices de erros, necessidade de atualização e desenvolvimento, demandas por estratégias bem articuladas etc.”, comenta Andressa Maurício, treinadora comportamental e professora mestra da Pós Faculdade Phorte.

As mudanças de rotina, adaptação ao trabalho remoto e a conciliação com tarefas domésticas, somadas à incerteza deste novo período e ao medo de ficar sem emprego nesse cenário, são grandes desestabilizadoras emocionais e podem ser grandes obstáculos do dia a dia.

“Fica difícil um profissional, por melhor que seja, ter alto desempenho, quando em tempos de pandemia necessita ir ao trabalho, deixando filhos pequenos com aulas online em casa; quando precisa pegar o ônibus cheio e tem receio em se contaminar; ou ainda, o profissional que trabalha fora, mas reside com pais idosos ou com filhos pequenos ou que tenha comorbidades”, cita como exemplo.

Antes da pandemia, o Brasil já liderava a taxa de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros convivem com algum transtorno de ansiedade.

Com os desdobramentos da pandemia essa taxa só aumentou. Segundo pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) nos meses de maio, junho e julho, de 2020, 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa diante da pandemia.

“Nesse momento, a atenção e o cuidado com a saúde mental dos colaboradores são fundamentais para contribuir com o bem-estar do profissional, em seu ambiente de trabalho”, complementa a professora Andressa.

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Fortalecendo as equipes em períodos de crise

“Como as situações são diversas, as particularidades precisam ser olhadas cuidadosamente e com empatia, não desconsiderando as necessidades do líder, que também é ser humano e que também precisa receber cuidados”, de acordo com Andressa.

Como aponta a professora, diversas estratégias podem ser utilizadas na tarefa de estimular os colaboradores, sendo assim, é difícil estabelecer um padrão estratégico de atuação, até porque cada empresa atravessa esse momento de uma forma.

Contudo, é importante voltar o olhar para estratégias que envolvem o desenvolvimento e o reconhecimento dos colaboradores e das equipes. “No caso de empresas que estejam em situação financeira difícil, a comunicação e a transparência são importantes. Enaltecer a importância que cada profissional tem para a organização pode ser um incentivador para que as pessoas se engajem”, exemplifica.

E complementa dizendo que é momento de usar como estratégia o olhar mais humano, empático e responsável. É imprescindível cuidar das condições e oferecer recursos para minimizar os riscos de contaminação, compreensão às preocupações individuais, apoio necessário, reconhecimento sempre que possível e suporte emocional, seja com grupo de apoio ou com profissional especializado.

Qual é a liderança que esperamos neste momento?

“Reconhecer as dificuldades do outro, oferecer apoio e fortalecimento, ouvir, conversar, reconhecer, desenvolver e tantas outras atitudes do líder humano, fará com que o próprio líder se apresente positivamente, como alguém que valoriza e apoia cada integrante da equipe. Certamente, esse comportamento favorecerá para que as pessoas tenham a mesma atitude dentro da equipe”, diz a professora sobre as características de um bom líder durante esse momento.

De acordo com a professora Andressa, esses novos tempos necessitam de uma liderança mais humana, tendo em vista que a vida pessoal e profissional do colaborador é uma só.

E finaliza lembrando sobre os próprios líderes neste momento: “Só não podemos nos esquecer de que o líder humanitário também tem suas fragilidades e também precisa de líderes tão humanos quanto ele próprio”.

Profa. Ma. Andressa Mauricio
Treinadora comportamental

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Website: https://pos.faculdadephorte.edu.br/