Escassez de matéria-prima força alta de preços na indústria brasileira

Curitiba, PR 2/12/2020 – “O quilo do alumínio, por exemplo, teve um acréscimo de 47% no valor em apenas 45 dias, o que forçou um reajuste alto e completamente inesperado”.

Segundo uma sondagem realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 68% das empresas estão com dificuldade para realizar a compra de matérias-primas no mercado nacional e cerca de 56% daquelas que utilizam insumos importados enfrentam dificuldade em obtê-los.

Acostumada a realizar apenas um reajuste anual do preço repassado aos clientes – geralmente, abaixo da inflação – a Lovato Móveis, indústria de móveis para a área externa localizada no Paraná, se viu forçada a aumentar os valores mais uma vez ainda em 2020 e já prevê um novo acréscimo no valor de seus produtos para janeiro de 2021. Isso é reflexo de dois desafios que a indústria vem enfrentando desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, são eles a escassez de matérias-primas e a alta do dólar. Denise Lovato, gestora da empresa de móveis paranaense, relata em números o tamanho do impacto deste momento: “o quilo do alumínio, por exemplo, teve um acréscimo de 47% no valor em apenas 45 dias, o que forçou um reajuste alto e completamente inesperado”.

Segundo uma sondagem realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 68% das empresas estão com dificuldade para realizar a compra de matérias-primas no mercado nacional e cerca de 56% daquelas que utilizam insumos importados regularmente enfrentam dificuldade em obtê-los. “Como alguns setores da indústria ficaram parados ou com produção reduzida entre os meses de abril e junho em razão da pandemia, o desabastecimento do setor industrial com insumos em geral é grande. A desvalorização do real piora ainda mais este cenário, uma vez que as indústrias brasileiras estão priorizando as demandas do exterior. Com isso, o reflexo nos custos de produção é altíssimo”, relata Denise.

A retomada da economia após a chegada da Covid-19 ao Brasil foi mais rápida do que o esperado, o que gerou um descompasso na cadeia produtiva, ainda de acordo com o levantamento da CNI que aponta que o auxílio emergencial foi um dos grandes responsáveis por esse aquecimento econômico em um momento adverso para todo o planeta. Na mesma sondagem, a CNI revela que 44% das empresas encontram dificuldades para atenderem seus clientes, principalmente por falta de estoques, aumento na demanda, incapacidade de aumentar a produção, problemas de logística e inadimplência dos clientes. “Estamos trabalhando de forma intensa para conseguir entregar em um prazo aceitável para nossos clientes, mas isso tem sido um enorme desafio já que não conseguimos ter acesso aos insumos necessários para a fabricação”, finaliza Denise.

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