São Paulo – SP 25/11/2020 – Falar sobre câncer de próstata é trabalho para o ano todo. Precisamos quebrar algumas barreiras, inclusive culturais, e desmistificar os exames preventivos.
Homens e mulheres também possuem conceitos desiguais sobre os exames de rastreamento
Sondagem online realizada pela HSR Health, empresa da holding HSR Specialist Researchers, em parceria com o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, mostra que a situação econômica interfere no conhecimento sobre o câncer de próstata e o apoio ao paciente com a doença. A pesquisa ouviu 553 pessoas entre os dias 11 e 18 de novembro, em todas as regiões do País.
Os resultados revelam que quanto menor a classe econômica, maior o percentual de desconhecimento sobre o câncer de próstata. Entre os participantes das classes A e B, 100% já ouviram falar na doença, enquanto esses índices chegam a 4% na classe D e 5,4% na E.
A situação econômica também define a reação dos entrevistados sobre a relação com o paciente que recebe o diagnóstico e o apoio prestado. Nas classes D e E, o suporte fica em 32% e 37% respectivamente, enquanto nas classes B e A varia de 46% a 63%.
Entre os entrevistados, 57% acreditam que tanto o paciente com câncer de próstata quanto o com o tumor de mama recebem apoio da família e amigos. No entanto, 37% responderam que a paciente com câncer de mama tem maior suporte, contra apenas 6% para o câncer de próstata.
A maior parte das percepções de barreiras para um apoio parte do sexo oposto, principalmente relacionadas à vergonha, ao local do câncer e ao exame do toque. Já os homens evidenciam a vergonha e fragilidade para evitar expor a doença.
Mulheres lidam com exame de toque de forma mais prática, enquanto homens não se sentem complemente à vontade. Para 65% das entrevistadas o exame que ajuda a levantar a suspeita do tumor de próstata deve ser encarado como qualquer outro. Já entre os homens, 9% sustentam que o procedimento fere a masculinidade.
Para Bruno Mattos, sócio-diretor da HSR Helath e responsável pelo estudo, a pesquisa fez entender como a população brasileira se relaciona com o tema câncer de próstata. “Mas, mais importante que entender é perceber que ainda falta comunicação mais ampla sobre a doença. Diferentemente do câncer de mama, que é amplamente falado, o de próstata ainda está carregado de preconceito, ainda mais com relação ao exame”, afirma.
“Estamos em pleno Novembro Azul, mês em que a saúde do homem está em evidência. Mas entendo que falar sobre o câncer de próstata é um trabalho para o ano todo. Precisamos quebrar algumas barreiras, inclusive culturais, e desmistificar os exames preventivos. O diagnóstico precoce desta doença é essencial para a qualidade de vida do paciente e para os melhores resultados no tratamento e isso precisa estar claro para a toda a população”, declara Merula Steagall, idealizadora do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer.
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