Armas nas ruas?
Dia 8 de maio de 2019, um novo Decreto presidencial, com o número 9.785, foi assinado com alvoroço pelos apoiadores da liberação do porte de armas no Brasil.
A principal justificativa dessas pessoas é a banalização violência e o direito de cada pessoa de se proteger. Aliás, com esse mote vários parlamentares foram eleitos e ocupam muitas vagas nos órgãos legislativos do Brasil.
Agora, pouco se fala do mercado bélico, do poder financeiro desse mercado que depende das guerras e da violência urbana para vender, vender, vender.
Para se ter uma ideia do mercado, após cinco horas do anúncio do Decreto, as ações da empresa Taurus subiram 12%. Esse fascínio pelo armamento não é novidade no Brasil, que sempre foi violento. O País das pessoas alegres e acolhedoras existe na mente de alguns autores estrangeiros.
Por isso é importante falar do mercado bélico no mundo. Dados da Forbes:
- 1°. Estados Unidos.
- Dados do ano de 2017
- Lockreed Martin. Total em vendas: US$ 44,92 bilhões.
- Boeing. Total em vendas: US$ 26,93 bilhões.
- Baytheon. Total em vendas: US$ 23,87 bilhões.
- Northrop Grumman. Total em vendas: US$ 22,37 bilhões.
- General Dynamics. Total em vendas: US$ 19,46 bilhões.
- Cerca de 57% das armas vendidas em 2017 vieram são produzidas nos Estados Unidos
Outra informação importante da Agência Brasil:
“O grupo de pesquisas Small Arms Survey, do Instituto de Estudos Internacionais de Genébra (Suíça) coloca o Brasil como um dos maiores fabricantes de armas de pequeno porte do mundo, ao lado de países como China, Rússia, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos. Em cinco anos, o Brasil produziu uma quantidade de armas cinco vezes superior àquela recolhida durante a campanha do Desarmamento, realizada pelo Ministério da Justiça entre 2004 e 2005. Dados da Agência Brasil com o Exército mostram que a indústria bélica brasileira produziu 2,3 milhões de armas, das quais 1,7 milhão foram exportadas e 531 mil colocadas no mercado nacional”.
Por isso, entender esse comportamento governamental é também entender o interesse econômico de manter esse mercado em continuo crescimento.
O que isso tem a ver com a segura de cada pessoa, seu direito de defesa etc e tal? Nada.
Abrir o mercado das armas é vender mais mortes que a Morte. Realmente, essa medida não tem relação com nenhuma possível política de segurança pública.
O Brasil está faminto, desempregado e armado. Os cortes na Educação aparecem “prioridades” da Lei de Responsabilidade Fiscal. Se a economia crescer, com as vendas de armas, logo teremos tristes estatísticas de pelo menos uma pessoa por família vitimada por arma de fogo.
O que significa isso? guerra civil.
Autora: Maristela Ajalla – jornalista, pós-graduada em comunicação visual e multimeios, especializada no Setor Público.
Está coberta de razão, amiga/jornalista Maristela! Parabéns pela matéria