Desperdício: evite na vida e na carreira
Em tempos de crise ou maior pecado que pode ser cometer o uso. Para o professor de MBA da FGV Gestão, Luciano Salamacha, o desperdício não é apenas nas matérias materiais.
Salamacha explica que há 5 grandes desperdícios que as pessoas devem combater diariamente e ensina como ter bons resultados nessa empreitada nada fácil.
1 – O desperdício de energia. O combustível vital para qualquer ser humano desde o acordar até o descansar. A energia é necessária muitas vezes ao longo dia, com carga máxima. Ela nos motiva, é essencial para a vida, para a luta diária. Salamacha, que também é consultor de grandes empresas, diz que os profissionais gastam muita energia em encontrar culpados quando algo sai errado em uma empresa. Discussões que não mudarão o resultado final também consomem muita energia.
Outra dica do professor para não desperdiçar energia é evitar pessoas que têm uma energia negativa, como aquelas que falam mal da chefia, dos colegas, do processo, da empresa, de todo mundo. São pessoas que fazem da reclamação um tempo jogado fora em vez de procurar saídas que melhorem o trabalho e a as relações. O professor aconselha: “Fuja delas. Não desperdice sua energia com quem vai colocar você numa armadilha que pode até culminar com a sua saída na empresa.”
Salamacha afirma que pessoas assim são capazes de contaminar uma equipe inteira e são boas em intensificar maus sentimentos como o ódio ou tédio pela corporação, ao ponto de se tornar impossível a manutenção na companhia.
2- O desperdício de tempo. Em época de correria, esse tipo de desperdício é um alto custo para a vida e para a carreira. Pessoas que pesquisam muito além do necessário, que capricham demais em um trabalho, que demoram demais para tomar uma decisão estão jogando no lixo o precioso tempo. Profissionais que acabam se tornando detalhistas ou perfeccionistas desperdiçam o tempo. O professor de gestão de empresas explica que o detalhista é aquele que já atingiu os resultados que o gerente quer, que os stakeholders querem, que os colegas pedem, mas ainda assim, se agarra a um detalhe que não faz diferença.
Na era da informação, Salamacha também aconselha: “Ficar demais em redes sociais, se debruçar em análises de dados que não farão a diferença, cultivar reuniões sem fim para discussões nada produtivas, são exemplos cotidianos de desperdício de tempo. “
O tempo é algo valioso que ao perdê-lo jamais se recupera . Esse desperdício é irremediável. Por isso, o professor orienta que aquele curso que se deixa para depois, aquela especialização, aquela viagem, aquela virada na estratégia podem ser coisas que o prazo corre contra elas. Avalie se não está deixando muitas coisas para depois e ou deixou de fazer porque passou o “time”.
3- O desperdício de relacionamento.Profissionais que desdenham da amizade do outro, de um parceiro que pode parecer pequeno, de um fornecer desinteressante, de um cliente que não é potencialmente grande, de uma chefia, dos subordinados estão desperdiçando pessoas que no futuro podem agregar algo de positivo. Para o professor Salamacha, a tendência desse século serão os relacionamentos. A preservação deles pode trazer resultados surpreendentes. Se você não assistiu alguém que desdenhou de um estagiário e depois o viu se tornar um líder é porque ainda não passou muito tempo em uma única empresa. Isso é mais comum de acontecer do que se imagina.
Arrogância e falta de visão podem acabar com boas relações dentro da empresa e uma carreira brilhante ou um futuro promissor.
4 – Desperdício de recursos. Em tempo de pouco dinheiro, o investimento, seja em qualquer área, tem que ser muito bem avaliado. Quando o dinheiro é da empresa, ou público, não esqueça da máxima em gestão: trace prioridades e não fuja delas. Faça um plano estratégico e fique atento se esse plano precisa de mudanças ao longo da execução. Tenha sempre um saldo positivo caso surjam emergências.
5 – Desperdício de oportunidades. Mas como saber se oportunidade é boa? O professor Luciano Salamacha orienta a fazer um planejamento pessoal. A partir daí, quando o mundo oferecer oportunidades você terá melhor clareza em quais portas entrar quando elas se abrirem. Salamacha que atua como Mentor de CEO’S de grandes empresas diz que dividir uma decisão importante na carreira pode abrir a mente. Não guarde a aflição só para si. Uma pessoa mais experiente pode ter um ângulo de visão que pode colaborar com a decisão. Seja honesto com você mesmo sobre os medos de avançar uma casa no jogo da vida e, na maioria das vezes, os riscos podem ser bem medidos. Muitas vezes, a oportunidade não bate duas vezes à porta. Cuidado para não desperdiçar oportunidades que poderiam ser a virada na vida e na carreira.
Enfim, desperdiçar é um verbo que nos remete à perda, ao esbanjamento, ao uso sem proveito, ao não aproveitamento do que deveria. O professor aconselha a imaginar esse conceito na conta da sua vida. Desperdiçar vida é uma péssima escolha , pois ela é o que temos de mais valioso. Salamacha ainda adverte: não economize na alegria, na doação de si, no amor naquilo que faz e boa carreira.
Luciano Salamacha
Luciano Salamacha é doutor em Administração e mestre em Engenharia de Produção. Preside e integra conselhos de administração de empresas brasileiras e de multinacionais, atuando como consultor e palestrante internacional. É professor da Fundação Getúlio Vargas em programas de pós-graduação. Recebeu da FGV o prêmio de melhor professor em Estratégia de Empresas nos MBA’s, por sete anos seguidos. É um dos raros professores que fazem parte do “Quadro de Honra de Docentes”, da FGV Management. Também é professor de mestrado e doutorado no Brasil, na Argentina e nos EUA. Salamacha é coordenador de MBA de neurociências na ESIC, uma das mais importantes escolas de negócios da Europa. Luciano Salamacha é autor de livros e artigos científicos publicados no Brasil e no exterior. Foi pioneiro na América Latina em pesquisas sobre neuroestratégia e neurociência aplicada ao mundo empresarial.
MAIS INFORMAÇÕES: Sobre Luciano Salamacha www.salamacha.com.br e No Seu canal www.dicadosalamacha.com.br . Fonte: Katia Marchena