Dino

Cinco desafios que o Brasil tem de enfrentar para, em 2021, avançar em direção à TI Industrial

São Paulo, SP 31/3/2021 –

Especialização em segmentos específicos da OT e da TI, aliada à integração – entre pessoas e entre tecnologias – acelera a chegada da Indústria 4.0 ao Brasil

A TI Industrial é, hoje, uma realidade em alguns segmentos da economia brasileira. Dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IED) que fazem parte do relatório Indústria do Futuro no Brasil e no Mundo, de 2020, indicam que os setores de petróleo, gás e mineração estão engajados na integração entre os universos TI e OT. “Esses setores enfrentam competidores globais, e sua produtividade e rentabilidade dependem da digitalização de seus processos e da conexão com as áreas de negócios. A proximidade entre TI e OT avança, também, no segmento de serviços de utilidades públicas, grandes empresas que fornecem eletricidade, água e gás para a população”, disse Luis Arís, gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler América Latina.

Mas ainda é cedo para afirmar que o Brasil como um todo está na fase da Indústria 4.0

De acordo com o executivo, os preparativos para que o país dê esse salto estão acontecendo aqui e agora. Muitas instituições educacionais de ensino médio, técnico e superior – incluindo pós-graduação – oferecem cursos de manufatura avançada e de convergência entre os mundos OT e TI. “Esse é um movimento essencial para garantir que a aproximação entre o chão de fábrica e a TI tradicional aconteça a partir das melhores práticas de mercado”, afirma.

Para Arís, em 2021, as empresas que avançarem em direção à TI Industrial irão, fatalmente, enfrentar cinco grandes desafios:

1 – Implementar segurança digital do dispositivo IIoT à nuvem

A digitalização na manufatura trouxe desafios muito específicos em termos de segurança. Os sensores, dispositivos e implementações de IIoT trazem riscos à segurança que já foram bem documentados. Mas, nesse momento, os componentes do mundo OT estão sendo “abertos” para conectar-se com novos sistemas e dispositivos. Isso abre novos flancos de ataque. A complexidade do quadro aumenta quando se pensa que os conceitos e ferramentas padrão de segurança desenvolvidos para a TI não necessariamente funcionarão para a OT.

Sim, é possível conectar o mundo TI à OT, e vice-versa. Mas isso exige uma estratégia de segurança digital que comece nos dispositivos IIoT e avance, camada por camada de tecnologia, até as plataformas – muitas delas na nuvem – que protegem simultaneamente e com igual competência OT e TI.

2 – Aprofundar o uso de soluções de Edge Computing Industrial

Considerando a importância dos dados provenientes do chão de fábrica e dos dispositivos IIoT, gateways de borda industriais (ou gateways inteligentes) começaram a desempenhar um papel fundamental nos ambientes de manufatura. Como toda solução de Edge Computing ou computação de borda, essas tecnologias levam para as pontas da infraestrutura crítica industrial um poder de processamento e inteligência que, antes, só se via em grandes estruturas centralizadas. Um dos resultados desse modelo é a diminuição da latência.

Esses gateways podem ser conectados a diversos elementos no chão de fábrica e são responsáveis por agregar dados e enviá-los para diversos destinos. Isso significa que eles são os gateways – como o nome sugere – para as áreas de negócios acessarem dados importantes sobre o processo produtivo.

Integrar esses dispositivos à infraestrutura atual continuará a ser um tema fundamental para muitas empresas em seu avanço em direção à Indústria 4.0. É essencial, também, assegurar que esses gateways estejam conectados, disponíveis e operantes. Isso faz parte da tarefa de monitoramento da infraestrutura completa, incluindo a borda da rede.

3 – Padronizar os protocolos de comunicação de chão de fábrica

Com a interconexão dos sensores e dispositivos de IoT com OT e outros ambientes digitais, é necessária uma “linguagem” comum para assegurar a comunicação entre componentes de diferentes tecnologias. O padrão OPC UA está em ascensão como uma opção amplamente adotada – e espera-se que essa tendência se mantenha nos próximos anos.

Porém, seja qual for o padrão de chão de fábrica adotado por um fabricante, será necessário implementá-lo e integrá-lo com a infraestrutura existente.

4 – Estudar o que a nuvem pode agregar para cada aplicação de TI Industrial

Atualmente, o processamento crítico pode ocorrer em diversos lugares: na nuvem, on-premise, na borda ou em uma combinação destes ambientes.

A tendência para uma arquitetura multinuvem é uma realidade, com serviços de múltiplas nuvens combinados em uma única solução. Outra tendência é o uso de cenários híbridos, nos quais dispositivos de borda, hardware local e serviços na nuvem são combinados em uma solução integrada e fluida, sob medida para o desafio de negócios da empresa.

É importante que o gestor do ambiente OT/TI compreenda claramente suas necessidades e a melhor resposta, em termos de modelo de processamento, para atender suas demandas de negócios. No universo industrial cada setor tem características muito específicas, e isso deve ser levado em conta na hora de tomar essa decisão.

5 – Conquistar visão analítica sobre o que se passa no universo IIoT

A natureza da IIoT significa que dados estão sendo gerados por sensores, dispositivos e maquinaria conectada. Esses dados podem ser extremamente úteis para identificação de tendências, obtenção de insights acerca do processo produtivo e tomada de decisões.

Um exemplo: coletar informações sobre a operação de uma máquina utilizando sensores pode dar pistas sobre a necessidade de manutenção do equipamento. Isso permite aos técnicos efetuarem manutenção preditiva, em vez de trabalhar a partir de datas pré-agendadas. A meta é evitar interrupções e custos desnecessários.

Para se atingir esse resultado, é necessário coletar os dados, compreender os insights produzidos por esses dados (analytics) e gerar alarmes sempre que for necessário. A base para essa visão preditiva e analítica pode ser o uso de plataformas de monitoração OT/TI que, a partir de métricas sobre o melhor funcionamento dos diversos elementos deste universo, informam os gestores quando valores coletados no chão de fábrica excedem os limites definidos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.